A Kia tem evoluído muito todos os patamares de qualidade nos seus automóveis, desde o design, à conceção dos habitáculos, passando pelos motores e dinâmica, mas não sabíamos a marca coreana tão arrojada quanto a carroçaria do ProCeed deixa transparecer. Um arrojo que é naturalmente de louvar.
Já testámos a variante Shooting Brake do Ceed com motor 1.0 T-GDi de 120 cv, sendo agora altura de relembrar as virtudes do conhecido 1.6 CRDi de 136 cv, que surge nesta versão do ProCeed acoplado a caixa automática de 7 velocidades. Enorme robustez e grande suavidade pautam o funcionamento do 1,6 litros a gasóleo, que dificilmente se ouve a trabalhar, seja ao ralenti seja em aceleração. E as vibrações também são praticamente inexistentes (nem sequer no volante se sentem!). O motor mostra grande desembaraço em aceleração e também a recuperar (nesta versão com caixa automática o binário é de 320 Nm, ao passo que com caixa manual de 6 velocidades é apenas de 280), mostrando-se muito disponível em larga faixa de regime, o que torna a condução muito pouco cansativa. Se é preciso acelerar rapidamente, o 1.6 CRDi acelera, se é preciso recuperar para ultrapassar, mostra-se igualmente lesto a entrar em ação. Além de competente a desenvolver, a mecânica Diesel destaca-se ainda pela frugalidade, como o prova o registo médio de 5,6 l/100 km que apurámos durante a realização do nosso teste.
O ProCeed apresenta pisar suave e confortável – tem suspensões com afinações específicas (molas e amortecedores) – oferecendo comodidade de grande nível aos ocupantes até em pisos mais degradados ou na transição de buracos ou lombas sonoras. Não se notam trepidações ou saltos, a tranquilidade é total. Paralelamente, a competência dinâmica é elevada, com o Ceed Shooting Break a revelar-se bastante ágil e equilibrado nas viragens a ritmos mais elevados. Sem querer cair em exageros, mas também sem quaisquer reservas, podemos dizer que o ProCeed é um automóvel divertido de conduzir e que oferece aquela firmeza confortável no contacto com o asfalto que é característica dos automóveis das marcas premium.
O habitáculo é servido por materiais globalmente de boa qualidade. Há alguns plásticos menos bons, é certo, mas isso perdoa-se tendo em conta a robustez da construção e o cuidado colocado nos acabamentos – realce para os bons materiais no topo das portas e do tablier e nas principais zonas de contacto direto com as mãos. No topo da consola central encontra-se o monitor tátil para gestão do sistema de infoentretenimento que inclui sistema de navegação e que é compatível com tecnologias Apple CarPlay ou Android Auto, equipamentos que são de série neste acabamento GT Line, que integra ainda bancos desportivos em Alcantara e pele, arranque sem chave e monitorização dos ângulos mortos dos retrovisores exteriores, entre muitos outros.
O ProCeed diferencia-se da berlina e da carrinha pela silhueta do tipo coupé, solução que acaba por penalizar visibilidade para trás por causa da muito pequena dimensão do óculo traseira; por fim, a arquitetura da carroçaria limita ainda os acessos aos bancos posteriores e diminui a capacidade da mala em 31 litros face à carrinha...