Procurando-se SUV de 7 lugares no limiar da fasquia dos 50 mil euros, não será fácil encontrar modelo igualmente completo ou competente como o Skoda Kodiaq. É grande sem ser propriamente gigante para utilizar no quotidiano, é extremamente espaçoso para cinco ocupantes e bagagens (entre 560 e 735 litros, mediante o posicionamento dos bancos da segunda fila) e acrescenta a possibilidade de levar mais dois passageiros numa terceira fila de bancos que se pode esconder sob o piso. Podendo ainda ganhar tónico desportivo através desta versão Sportline e perfil de rolador com a mecânica Diesel.
Em meados de 2021, a marca checa empenhou-se numa ligeira atualização do Kodiaq, mas ainda assim não será fácil encontrar diferenças face ao modelo original, de 2017, sendo preciso atentar nas óticas agora um pouco mais estreitas e no género de iluminação LED, à frente e atrás. Esta versão Sportline está servida por tecnologia LED adaptativa com (excelente) gestão de zonas e alcance a iluminar na transição entre médios e máximos, e dotada de grupos traseiros com piscas dinâmicos. As jantes antracite de 19’’ conjugam-se com os acabamentos exteriores em preto brilhante, em particular na generosa grelha dianteira, capas de retrovisores, siglas e moldura dos vidros laterais, sendo estes escurecidos.

A Skoda poderia ter ido um pouco mais além na atualização do interior, uma vez que não mexeu em painéis do tablier ou das portas, apenas retocando superfícies e introduzindo novos sistemas multimédia. Os bancos desportivos e os acabamentos em Alcantara são dos elementos que mais saltam à vista e que melhor dignificam a assinatura desportiva Sportline. As autênticas poltronas dianteiras são arraçadas de bacquet e possuem ajustes elétricos, sendo que a posição de condução só não consegue um cariz mais desportivo devido ao posicionamento do volante (de ótima pega), ligeiramente horizontal. Os acabamentos no tablier e portas a imitar carbono compõem o ramalhete desportivo e as costuras na zona superior do tablier contribuem para uma muito boa sensação qualitativa, o mesmo se passando com o revestimento aveludado no interior das bolsas nas portas. À noite, o habitáculo ganha vida com os feixes LED (são várias as cores disponíveis) no topo das portas e nas zonas mais inferiores do habitáculo, mas seria bem-vinda uma iluminação mais forte a partir do teto. O volante em pele perfurada tem um novo design e inclui agora comandos rotativos para navegar entre as diversas funções, informações e várias vistas possíveis de apurar no completíssimo painel de instrumentos digital (Virtual Cockpit, de 10,25’’), de ótima qualidade gráfica, tendo a versão Sportline direito a uma vista exclusiva, com dados sobre potência instantânea e temperatura do óleo do motor. Mas nem sempre é fácil chegar às informações que se deseja espelhar na instrumentação.
O sistema multimédia base com sistema de navegação tem agora ecrã tátil de 8’’ (em vez das anteriores 6,5’’) e embora pouco vanguardista, é mais intuitivo e prático de operar face às mais recentes criações digitalizadas do Grupo VW: nada melhor que um botão rotativo para controlo do volume, teclas laterais de atalho para os principais menus e botões virtuais grandes e afastados entre si que ajudam a toques certeiros e minimizando o desvio de olhar da estrada. Não faltam aplicações multimédia, conexão à Internet, tomadas USB e emparelhamento sem fios para smartphone através da plataforma Apple CarPlay – Android requer ligação por cabo.

A ampla sensação de espaço é uma constante, com o Kodiaq a preservar qualidades de monovolume, como os amplos e diversos locais de arrumo (sem esquecer a presença do chapéu de chuva na porta do condutor) e os diversos ajustes dos bancos da fila do meio, possíveis de serem regulados em comprimento e ângulo das costas. O acesso à terceira fila é algo estreito e lá atrás só crianças irão encontrar a melhor comodidade para viagens mais longas. Havendo necessidade, o Kodiaq reserva um espaço sob o piso da mala para colocar a chapeleira e onde também está a roda suplente, de série. A tampa da mala, sendo pesada, merece bem o investimento no opcional sistema de abertura elétrico.

Ainda o 2.0 TDI de 150 cv
A Skoda tem já na gama modelos 100% eletrificados, como o Enyaq, cabendo ao Kodiaq manter-se focado na oferta de mecânicas mais tradicionais, com o 2.0 TDI de 150 cv associado à caixa automática DSG de sete velocidades. O conjunto é ainda de extrema competência, com resposta ao acelerador possível de modelar através dos programas de modos de condução (Eco, Normal, Sport e Individual), com a função ‘Velejar’ a permitir alguma contenção no consumo de gasóleo nos modos Eco e Normal, com médias reais em torno dos 7 l/100 km, podendo baixar para perto dos 6-6,5 litros em estrada e autoestrada. Em Sport o Kodiaq ganha um sentido mais imediato, em particular pela distinta e bem calibrada resposta da direção, sempre muito consistente e a contribuir para a sensação de segurança e estabilidade em todo o género de estrada. O modo ‘S’ da caixa também contribui com trocas realmente mais rápidas e ainda possíveis de controlar através das patilhas no volante.
A correta atitude dinâmica não faz concessões ao conforto, aliado à sensação de robustez à passagem por todo o género de pisos, com o Kodiaq a saber aproveitar bem o efeito SUV permitido pelas rodas de grandes dimensões.

Skoda Kodiaq 2.0 TDI DSG Sportline (janeiro 2023):
Preço desde: 49.287 €
Equipamento opcional da unidade testada:
Pintura Metalizada Branco Moon: 180 €
Tejadilho panorâmico: 1130 €
Sistema de Navegação Columbus: 920 €