O desportivo da Honda continua a pecar pela ergonomia ‘complicada’; a posição de condução é soberba. A ‘bacquet’ (de série) tem apoios excecionais Placa com a numeração da unidade traz carisma e exclusividade ao Type R Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Luzes amarelas e vermelhas acompanham a subida de regime Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Enorme asa, para ‘colar’ o eixo traseiro à estrada quando o Type R se lança a velocidades proibitivas... Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Avantajadas jantes de 20 polegadas Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Motor 2.0 do Honda Civic Type-R debita 320 cv Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Honda Civic Type R GT Duas berlinas desportivas que são referências na categoria Na luta ao cronómetro (em linha reta) são quase iguais Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Botão R.S. Drive na consola central ativa modo de condução ‘Race’ A zona central do painel de instrumentos, digital, configurável a gosto Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy O Trophy já inclui o volante em pele e Alcantara que custa 300 € no Mégane R.S. ‘normal’; acabamento vincadamente desportivo Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Sistema de escape com válvula que permite modular a sonoridade e os rateres em três níveis de ‘ação’ Renault Mégane R.S. Trophy 'Bacquets’ Recaro, 20 mm mais baixas, custam 4200 € Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Autoblocante Torsen ajuda a colocar a potência no chão No Mégane R.S. Trophy, o motor 1.8 turbo ‘fica’ por 300 cv Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy Renault Mégane R.S. Trophy

Honda Civic Type R GT vs Renault Mégane R.S. Trophy

Tudo à frente

CONFRONTO

Por Vítor Mendes da Silva 24-12-2019 17:15

Fotos: Gonçalo Martins

No lançamento do atual Civic Type R, a Honda não fez por menos, apontando-o ao topo da categoria, destacando a estreia de motor 2 litros turbo, com incríveis 320 cv!

Tudo certo... não fosse o burburinho gerado imediatamente em torno de afirmação nada modesta. Até porque entre seríssimos candidatos a esse mesmo estatuto, está a Renault, com o Mégane R.S. Trophy, tocando pela primeira vez a fasquia dos 300 cv. Segundo a marca do losango, é aumento de 20 cv nesta versão do compacto francês que faz a diferença no ataque ao objetivo de ser o mais rápido desportivo de tração dianteira do mercado. Em que ficamos afinal? Difícil...

Ao cronómetro, R.S Thophy com acelerações praticamente coladas às do Honda Civic Type R, com o nipónico apenas a ganhar uns pozinhos ao final do quilómetro de arranque, onde passa com 25,2 s registados, face aos 25,4 s do Mégane (o Civic a 217 km/h e o Mégane a 214). Mas na medição referência de 0 a 100 km/h, o Renault é mais rápido. Aplauda-se a raça do 1.8 Turbo. Quando aceleramos a fundo, é todo o mundo da competição que revisitamos, a mecânica sente-se mesmo na ponta dos dedos. A posição de condução é muito boa, em especial por estarmos tão bem encaixados nas magníficas bacquets que nos tornam parte do próprio chassis! O volante faz-se à mão e a caixa quase pede para ser brutalizada para se aproveitar a força do 4 cilindros, mantendo-o sempre num regime acima das 3000 rpm fasquia a partir da qual exibe toda a sua masculinidade. Com esta caixa manual o binário máximo é de 400 Nm.

No francês, a suspensão, tão saltitante e até algo desconfortável, será na pista sinónimo de firmeza em curva, o que ajudará sobremaneira na colocação da cavalaria no asfalto apenas pelas rodas dianteiras. A presença de autoblocante Torsen, além de ajudar a colocar a potência no chão à saída das curvas, também tem efeitos positivos na forma como o Trophy ataca as curvas, tornando-se mais incisivo e tátil. O ESP raramente entra em ação, tão latos são os limites do chassis do R.S. Trophy, com quatro rodas direcionais a permitirem condução muito ágil em traçados especialmente sinuosos. O novo sistema de escape que inclui válvula moduladora, cujo trabalho na sonoridade pode ser definido através dos vários modos de condução (Comfort, Neutral, Sport, Race e Personalizável), podendo exibir-se em sonoros rateres em desaceleração. Deliciosamente espalhafatoso. Tanto que poderia o Honda Civic Type-R entrar um pouco a medo? Jamais! O desportivo nipónico não treme, assenta a sua génese num estilo bem mais radical, com aquele design do tipo Transformer, com carroçaria baixa e muita larga, carregada de avantajados apêndices aerodinâmicos. Claro que isto de rapidez não vai lá com visuais mais ou menos agressivos, a competência mecânica mostra-se a andar... E o Type R, quanto mais perto dos limites melhor. É incrível o consenso que consegue entre a capacidade performante numa pista e a pacata utilização diária. Mesmo não nos dando um vozeirão como o do Renault, consegue espantosa eficácia dinâmica, sendo fácil de conduzir perto dos limites, sempre com a frente a apontar bem para o interior das curvas.

A direção também dá excelente feeling e os travões são mais eficazes do que os do Renault: melhores nas nossas medições e mais resistentes à fadiga, com o Type R a permitir travagens fortes e tardias, até já com o veículo em ligeiro desequilíbrio à entrada das curvas, uma vez que todo este tato mecânico permite, constantemente, moldar o carro às situações. Há também algo no tato mais artificial da caixa do Renault que o atrasa nesta corrida às sensações...

Do lado japonês, há um desportivo mais sensorial e com precisão… de samurai. O motor 2 litros turbo, tem mais 20 cv do que o do rival de ocasião, acorda às 2500 rpm e sobe rapidamente a escala de pulsações até às 7000 rpm. Nesta geração do Type R, possibilidade de escolha entre três feitios de condução, do Comfort ao nível R+. Em todos eles, variação da calibragem do amortecimento do firme, ao muito firme, para mais em conjugação com os pneus de baixo perfil (35) e jantes de 20 polegadas, tudo de série, sobrando pouca borracha para amortecimento.

Na gestão dos 320 cv entregues apenas às rodas da frente, a Honda socorreu-se de suspensão com arquitetura de pivot descentrado (para evitar que cheguem ao volante e se intrometam no controlo do guiamento os efeitos de descarga de potência em aceleração, em curva) e autoblocante para melhor gerir a distribuição de força pelas rodas motrizes. Tudo somado a carroçaria extremamente rígida, resulta num desportivo à séria, que deve ser aprendido antes de ser… provocado, até porque é necessário contar com algum espaço até que o autoblocante dianteiro feche a trajetória. E aí sim, em precisão, imbatível! 

O Renault é muito desportivo, transmite todas as sensações de um carro de corrida, desde a entrada em curva à travagem, sempre com a frente bem apontada para o interior da curva e com muita tração. Mas no portefólio da Honda está máquina que não fica atrás. Ao contrário, no duelo com o francês, o Civic Type R confirma o estatuto de desportivo de puras sensações, mais cru, e que se torna muito divertido, dando a sensação de se ter um carro de competição nas mãos. Rendemo-nos ao samurai...

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Ficha Técnica

Características

HONDA CIVIC

Type-R GT

RENAULT MÉGANE

RS Trophy

Motor
Arquitetura 4 cilindros em linha 4 cilindros em linha
Capacidade 1996 cc 1798 cc
Alimentação Inj. direta, turbo, intercooler Injeção direta, turbo, intercooler
Distribuição 2 a.c.c./16 v 2 a.c.c./16v
Potência 320 cv/6500 rpm 300 cv/6000 rpm
Binário 400 Nm/2500-4500 rpm 400 Nm/3200 rpm
Transmissão
Tração Dianteira Dianteira
Caixa de velocidades Manual de 6 velocidades Manual de 6 velocidades
Chassis
Suspensão F McPherson c/ pivot descentrado Pivot independente
Suspensão T Eixo multibraços Eixo de torção
Travões F/T Discos ventilados Discos ventilados/Discos
Direção/Diâmetro de viragem Elétrica/12,6 m Elétrica/10,3 m
Dimensões e Capacidades
Compr./Largura/Altura 4,557 / 1,877 / 1,434 m 4,364/1,875/1,435 m
Distância entre eixos 2,699 m 2,669 m
Mala 420-1209 litros 384-1247 litros
Depósito de combustível 46 litros 50 litros
Pneus F 8,5jx20 - 245/30 R20 245/35 R19
Pneus T 8,5jx20 - 245/30 R20 245/35 R19
Peso 1420 kg 1494 kg
Relação peso/potência 4,4 kg/cv 5 kg/cv
Prestações e consumos oficiais
Vel. máxima 272 km/h 260 km/h
Acel. 0-100 km/h 5,7 s 5,7 s
Consumo médio 7,7 l/100 km 8,1 l/100 km
Emissões de CO2 176 g/km 183 g/km
Garantias/Manutenção
Mecânica 5 anos ou 100.000 km 2 anos s/ limite de km
Pintura/Corrosão 3/12 anos 3/12 anos
Intervalos entre revisões 20000 km 20000 km
Imposto de circulação (IUC) 235,59 € 238,66 €

Medições

HONDA

Acelerações
0-50 km/h 2,7 s
0-100 / 130 km/h 6,2 s
0-400 / 0-1000 m 14,2/25,2 s
Recuperações
40-80 km/h 3.ª 3,7 s
60-100 km/h 3.ª/4.ª/5.ª 3,2/4,4/6,3 s
80-120 km/h 4.ª/5.ª/6.ª 4,2/5,3/7,7 s
Travagem
100-0/50-0km/h 35,7/9,1 m
Consumos
Consumo médio 8,8 l/100km
Autonomia 522 km

Medições

RENAULT

Acelerações
0-50 km/h 2,6 s
0-100 / 130 km/h 5,9 s
0-400 / 0-1000 m 14,2/25,4 s
Recuperações
40-80 km/h 3.ª 3,7 s
60-100 km/h 3.ª/4.ª/5.ª 3,3/4,2/6,2 s
80-120 km/h 4.ª/5.ª/6.ª 4,1/5,8/8,1 s
Travagem
100-0/50-0km/h 38,4/9,6 m
Consumos
Consumo médio 9,8 l/100km
Autonomia 510 km