Escape força abandono de Guilherme Oliveira nas 24 Horas de Daytona

Automobilismo

Por Redação 29-01-2023 17:40

Fotos: D.R.

O jovem piloto português Guilherme Oliveira, de 18 anos, ao volante de um Ligier da equipa MRS GT-Racing foi forçado este domingo a abandonar uma das mais icónicas provas do automobilismo mundial e de Resistência, a 61.ª edição das 24 horas de Daytona (EUA), cuja categoria em que compete, LMP3, chegou a liderar em prova antes da desistência.

O abandono deveu-se a um problema mecânico: a quebra do escape, numa altura em que era o seu companheiro Danial Frost (Singapura) no turno de pilotagem do Ligier, que Guilherme Oliveira e o asiático dividiram ainda com o mexicano Sebastián Álvarez e o norte-americano James French.

Vice-campeão da Europa de resistência (ELMS) na primeira época completa nos protótipos, em 2022, Guilherme Oliveira, natural de Gaia, voltou a demonstrar o seu talento entre a elite do automobilismo mundial, e tornou-se o mais jovem piloto nacional a competir na clássica automobilística.

Na qualificação, foi Guilherme Oliveira a conseguir levar o protótipo da marca francesa até ao quarto melhor tempo, e durante a corrida, foi ainda com o português ao volante que a equipa chegou a liderar, durante a madrugada deste domingo, a categoria LMP3.

A partida contou também com Guilherme Oliveira ao volante entre as 61 viaturas na grelha de partida, e quando finalizou o primeiro dos seus turnos de condução e entregou, na boxe, o Ligier a uma dos seus três companheiros de equipa, Guilherme Oliveira já tinha realizado a segunda melhor volta de toda a categoria LMP3 na prova: 1.44,07 minutos.

O piloto português exibiu-se em grande plano na condução durante a noite, em que recuperou desde a terceira posição na LMP3 até à liderança e ser o primeiro a rodar em pista na respetiva categoria, ultrapassando três adversários.

Sensivelmente a meio da prova (12 horas), o escape do Ligier cedeu… e provocou, mesmo, um princípio de incêndio na traseira da viatura, que Danial Frost teve, mesmo, de abandonar, para salvaguardar a sua integridade física.

«Já tinha referido, antes da prova, que os LMP3 não são carros pensados para provas de 24 horas, o que implicava muita gestão da mecânica, para tentarmos acabar a corrida», afirmou Guilherme Oliveira, citado pela sua assessora de imprensa, em nota enviada na tarde deste domingo às redações, numa altura em que apenas dois dos nove LMP3 ainda estavam em prova, a cerca de duas horas do final das 24 Horas de Daytona.

«Simplesmente, o escape cedeu e nada havia a fazer. Tentámos de tudo para ajudar a equipa a colmatar a falta de experiência a este nível, mas as corridas de resistência são mesmo assim. Sempre que tive o carro em condições normais, discutimos os primeiros lugares da categoria e mostrámos maturidade na gestão de circunstâncias muito difíceis. Saio de Daytona com o sentimento de dever cumprido e com uma enorme vontade de regressar», afirmou Guilherme Oliveira, no balanço da sua participação.

Mesmo tendo ganho 15 títulos no karting, e de vários resultados promissores em apenas duas épocas nas corridas de automóveis (fórmulas e protótipos), Guilherme Oliveira confessa que a experiência em Daytona é algo que dificilmente esquecerá.

«Foram duas semanas… mágicas! Nunca vi tanta gente numa prova de automóveis! Para se ter uma ideia, os pilotos quase não conseguiam andar no ‘paddock’! A atmosfera do evento e das corridas nos Estados Unidos… é simplesmente incrível! Enquanto piloto, o facto de ter corrido num dos circuitos mais famosos do mundo, e de ter partilhado a pista com grandes nomes da Resistência, é um momento que nunca irei esquecer», concluiu o jovem de 18 anos.

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