A carrinha A6 50 TFSIe recebe bateria de maior capacidade para superior autonomia elétrica do sistema híbrido Plug-In. Conte-se com cerca de 55 km sem gastar combustível. Automóvel familiar de excelência, com performances elevadas garantidas pela mecânica de 299 cv, bom dinamismo apesar do lastro, e conforto incriticável.
Nos automóveis híbridos Plug-In há uma condição essencial à sua eficiência no consumo: exige-se o carregamento sistemático da bateria que alimenta o motor elétrico, sempre que possível, no início de cada utilização quotidiana. Caso contrário, lá se vai a vantagem da tecnologia, quer na economia, quer nas emissões.

Já se sabe que as táticas aplicadas por quem está ao volante, ou seja, a denominada condução ecológica, também altera esses registos, e isso é ainda mais perentório nos PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle), como acontece na carrinha A6 50 TFSIe em teste. Esta reúne todos os trunfos da gama A6, a que se juntam os argumentos da mecânica híbrida (a gasolina e elétrica) com potência total de 299 cv. Esse rendimento explica as prestações elevadas (6,2 s até 100 km/h) e o bom desempenho dinâmico, ainda que este seja influenciado pelo peso acima das duas toneladas, que se deve ao lastro adicional da bateria, à retaguarda, do motor elétrico (à frente, na longitudinal) e do sistema quattro (tração integral).
Uma alteração fundamental diz respeito à ampliada capacidade da bateria, que passou de 14,1 kWh para 17,9 kWh (agora com 14,4 kWh úteis), alargando a autonomia anunciada para 66 km, segundo o ciclo WLTP. Essa condição permite ter o desconto do ISV para modelos PHEV (75%), já que a autonomia está acima da exigência dos 50 km 100% elétricos impostos por lei.

É fácil atingir cerca de 55 km numa condução puramente elétrica, principalmente se se optar pelo programa de maior eficiência energética (Efficiency), através do conhecido Drive Select, o qual dispõe das configurações Comfort, Auto, Dynamic e Individual, que são capazes de alterar a resposta da direção, do motor e da transmissão S tronic.
O consumo no modo 100% elétrico (até 130 km/h, no máximo) situa-se entre 20 e 22 kWh/100 km. Já no programa Auto Hybrid – ação conjugada com o bloco 2.0 TFSI –, a média coloca-se a partir de 4 l/100 km, a que se soma 19,7 kWh/100 km.

Face às credenciais dinâmicas e às prestações, estes valores não são nada exagerados, antes pelo contrário, e é ainda possível gerir a energia das baterias de iões de lítio através do modo Battery Hold, reservando-a para trajetos mais pequenos ou para a cidade, por exemplo. Escolhendo-se a função Battery Charge, o motor a gasolina carrega diretamente a bateria, aí com maior penalização do consumo. Exemplo prático: no final de um percurso normal de 500-600 km é possível registar uma média de 7,9 l/100 km (a gasolina), a que se somará 7,7 kWh/100 km relativos à energia elétrica. Por vezes, esse resultado poderá ser bem diferente, com cerca de 8 l/100 km e apenas 3,6 kWh/100 km, tudo dependendo da estratégia adotada.
O modo Auto Hybrid assegura sempre o funcionamento mais inteligente, medindo o nível da carga, gerindo a recuperação da energia através das travagens e das desacelerações, ativando ou não a função à vela da transmissão S tronic (dupla embraiagem) e reconhecendo os momentos em que é possível desligar o motor térmico graças à própria inércia. Os dados preditivos da navegação, assim como a análise do tráfego e da condução são tidas em conta nesses cálculos. Quanto às operações de carga, apenas em AC (corrente alterna), a potência máxima permitida é de 7,4 kW, aí com duração prevista de 2h30m, enquanto numa tomada doméstica (2,3 kW) o processo demorará cerca de 7 a 8 horas (0% até aos 100%), conforme indicado no painel de bordo. Se o nível da carga não estiver excessivamente baixo demorar-se-á entre 4 a 5 horas.

O peso acima das duas toneladas determina a dinâmica desta carrinha A6, tendo o sistema quattro uma eficácia acrescida a toda a linha, quase sempre a provocar reações mais a direito e a gerar confiança na negociação das curvas. Basta não inventar na definição das trajetórias e acelerar de forma decidida, embora se pudesse esperar outra agilidade, apesar das reações precisas face às ordens do volante. O grau Dynamic não é radical e nem sequer altera muito a sensibilidade da direção face aos restantes programas, pelo que, neste caso, talvez fosse desejável um tato mais direto. Nos arranques nota-se a força da mecânica (450 Nm) e a forma rápida como a transmissão S tronic atua, sem queixas do chassis e da suspensão.
O conforto quase nunca é beliscado, mesmo em mau piso, sem que haja demasiado ruído, a par de uma boa insonorização interna, graças à qualidade estrutural e ao funcionamento pouco audível do agregado mecânico.
A carrinha A6 na derivação PHEV tem uma série de qualidades adicionais que se juntam às próprias características do modelo-base da Audi. Mantém uma grande dinâmica e conforto também elevado, ao mesmo tempo que acrescenta os trunfos de uma mecânica híbrida de 299 cv, com funcionamento suave e ótimas prestações. No modo 100% elétrico, o consumo está próximo de 20-22 kWh/100 km e a autonomia atinge cerca de 55 km. Mas tudo depende da condução...