Nissan Qashqai e-Power

Qashqai ganha versão (mais) eletrificada

Apresentação

Por José Caetano 12-11-2022 14:00

Fotos: D.R.

Em 2010, fabricante na liderança da corrida à eletrificação do automóvel no Velho Continente, mas 12 anos sem novidades após o Leaf fê-la perder posição que ambiciona recuperar com cinco carros elétricos ou eletrificados ainda este ano.

A Nissan, surpreendentemente, deixou-se ultrapassar na corrida à eletrificação do automóvel que comandou no princípio da década de 2010, assim hipotecando o capital que ganhou após a introdução do Leaf (2.ª geração em 2018). Atualmente, a marca prepara-se para a estreia de Sport Utility Vehicle (SUV) sem mecânicas térmicas: no Ariya com 4,595 m, duas baterias (63 e 87 kWh), cinco patamares de potência (160, 178, 205, 225 e 290 kW) e tração dianteira ou quatro rodas motrizes (e-4ORCE).

O Ariya soma-se ao Leaf e reposiciona a Nissan no pelotão da frente de corrida que é muito mais de fundo do que velocidade, mas a marca tem de fazer mais para regressar ao comando do pelotão. Reconhecendo-o, desenvolveu programa novo (Ambição 2030) e comprometeu-se com objetivos muito ambiciosos: nos próximos cinco anos, investimentos multimilionários até 2031 para que elétricos e híbridos consigam uma quota de 50% nas vendas, depois da introdução de mais 23 carros eletrificados, incluindo 15 sem motores de combustão interna! Para promover este plano, conceção de quatro estudos.

Na Europa, região com regras de proteção ambiental muitíssimo restritivas, BEV (elétricos), HEV (híbridos) e PHEV (híbridos Plug-In) ainda mais relevantes do que no resto do Mundo. Só para o Velho Continente, a Nissan anunciou investimento de 15,6 mil milhões de euros nos próximos cinco anos, que soma aos 7,8 mil milhões já aplicados na eletrificação, e o fim do desenvolvimento (e da otimização) dos motores de combustão interna em 2023. Cumprindo-se o objetivo, 75% das matrículas de automóveis novos na região com sistemas elétricos (ou eletrificados) em 2027, para 100% em 2030! Para o sucesso da empreitada, conta-se com diminuição de 68% no custo das baterias de iões de lítio até 2028, igualmente o ano planeado para o arranque da produção de uma geração nova de acumuladores de energia, sólidos, que promete mais uma revolução tecnológica, entre progressos na autonomia e diminuição muito significativa nos tempos de recarregamento.

Para acelerar o processo, cinco automóveis elétricos (ou eletrificados) novos ainda este ano, com Ariya e Qashqai e-Power como porta-estandartes! Posteriormente, dois BEV subcompactos (segmento B): um SUV e o substituto do… Micra em comercialização desde 2016!

Tecnologia de sucesso no SUV compacto de sucesso?

Entre as diversas tecnologias na agenda da Nissan, sistema e-Power com motor térmico muito eficiente (1.5 Turbo) a encarregar-se do recarregamento contínuo da bateria de iões de lítio com 1,5 kWh de capacidade. E é este acumulador que alimenta o motor elétrico (140 kW) que aciona as rodas dianteiras de um automóvel que percorre mais quilómetros do que qualquer BEV convencional, por dispor daquele extensor de autonomia. Este pacote técnico híbrido estreado no Japão, primeiro no Note, depois no Kicks, tem introdução no Qashqai planeada para breve.

No mercado europeu, o Qashqai é o Nissan mais bem-sucedido comercialmente (venderam-se mais de 4 milhões de exemplares desde o lançamento do original, em 2007), razão na origem da escolha do SUV compacto para a estreia da tecnologia no mercado mais exigente do Mundo.  O sistema e-Power posiciona-se, naturalmente, no topo da gama da 3.ª geração do modelo baseado na arquitetura técnica CMF-CD, plataforma desenvolvida com a parceira Renault e preparada para as fórmulas de eletrificação. Vantagens: manutenção do espaço no interior e dos níveis de funcionalidade e versatilidade.

No Qashqai e-Power, o motor elétrico consome a energia armazenada numa bateria de iões de lítio com 1,5 kWh de capacidade, enquanto a mecânica de 4 cilindros e 1,5 litros a gasolina fica com a missão de recarregar o acumulador de energia. Este sistema liberta-nos da ansiedade associada à autonomia limitada dos BEV, por dispensar quaisquer recarregamento(s) em tomadas domésticas e públicas, e proporciona-nos adaptação rápida e simples a uma forma nova de condução.

O Qashqai e-Power, como sucede em todos os BEV, por não dispor de ligação entre a mecânica térmica e as rodas, que são acionadas apenas pelo motor elétrico, responde de forma enérgica, imediata e suave, o que facilita a utilização em todos os cenários rodoviários. No SUV, a Nissan também propõe o e-Pedal, que já conhecemos do Leaf: ativa-se apenas acima de 10 km/h e permite dispensar o travão, devido à força de desaceleração gerada sempre que aliviamos a pressão no acelerador. Todavia, a tecnologia, por recorrer a motor de combustão, não desfruta de benefícios fiscais, o que eleva o preço. E a sonoridade do 1.5, expressiva, perturba a experiência elétrica ao volante do Nissan. Em 2023, e-Power na próxima geração do X-Trail.

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