A Land Rover, em 2019, comemorou os 50 anos de automóvel que nasceu como todo-o-terreno luxuoso e sofisticado, combinação que valeu o título de referência. Em 2022, introdução da geração 5, com plataforma nova, até 7 lugares, motorizações potentes e tecnologias de ponta. Ao volante…
O êxito dos Sport Utility Vehicles (SUV) originou uma corrida ao formato até entre a elite dos fabricantes de automóveis, facto que tornou o segmento hipercompetitivo (na rampa de lançamento, entre outros, o Purosangue da... Ferrari). A Land Rover, com o Range Rover, tinha como rivais modelos de marcas bem menos exclusivas, mas o mercado mudou significativamente e a marca britânica teve de reagir para proteger o título de referência na categoria que ganhou em 1969, o ano do lançamento do original da espécie.
Assim, reconhecendo a importância do topo de gama para o prestígio da Land Rover, o construtor empenhou-se na conceção e no desenvolvimento da 5.ª geração, que substitui modelo apresentado em 2012 e modernizado em 2017. O Range Rover novo, visualmente, não rompe com o antecessor, pelo menos de uma forma radical, mas diferencia-se (muito) nos capítulos técnico e tecnológico, por estrear plataforma preparada para a admissão de motores de combustão interna, mecânicas híbridas (MHEV e PHEV) e sistemas de propulsão elétricos, o que foi possível apenas com a adoção de plataforma moderna (MLA-Flex). Mais: pela 1.ª vez em cinco décadas de história, este automóvel tem versões de 7 lugares, a exemplo do que acontece no Discovery. Encontramo-las apenas em combinação com a variante LWB, que tem mais 20 cm em comprimento e entre eixos do que a SWB.
No habitáculo do Range Rover novo, independentemente da versão (e do acabamento), combina-se luxo com qualidade e tecnologia muito acima da média. Entre os elementos em destaque, monitor digital da instrumentação (13,7’’) e programa multimédia Pivi Pro – o segundo tem 13,1’’ (no catálogo da marca inglesa, não há maior), posiciona-se no centro do painel de bordo, de forma flutuante, permite comando tátil, admite atualizações remotas e tem o assistente pessoal Alexa da Amazon.
Versões a gasolina, gasóleo e híbridas
Fabricado em Solihull, Inglaterra, o Range Rover novo, também independentemente da versão, apresenta-se equipado com caixa automática de 8 velocidades, tração integral, quatro rodas direcionais ou suspensão pneumática. Para o arranque da carreira no nosso País, a Land Rover selecionou duas motorizações híbridas com tecnologia Plug-In de recarregamento externo da bateria de iões de lítio (P440e com 440 cv e P510e com 510 cv), mecânica Diesel com sistema MHEV de 48V (D350 com 350 cv) e unidade a gasolina (P530 com 530 cv) produzida pela BMW, o que retoma a parceria entre britânicos e alemães interrompida poucos anos depois da empresa de Munique entregar a propriedade do fabricante inglês ao consórcio Tata, da Índia.
No Range Rover mais potente, V8 4.4 biturbo com 530 cv. O P530 acelera de 0 a 100 km/h em 4,6 s, ativando o programa Dynamic Launch da caixa, e tem velocidade máxima limitada a 250 km/h. Para o D350 com mecânica de 6 cilindros e 3 litros sobrealimentada por duas turbinas de geometria variável, anunciam-se, respetivamente, 6,1 s e 234 km/h! Nos dois PHEV, ambos indisponíveis no primeiro contacto dinâmico, na Califórnia (ver caixa), combinam-se a mecânica de 6 cilindros e 3 litros a gasolina, da família Ingenium da Land Rover, com máquina elétrica de 105 kW, comunicando-se 440 cv para o P440e e 510 cv para o P510e.
Nos PHEV, a bateria arrumada sob o piso, entre os eixos, tem 38,2 kWh de capacidade (31,8 kWh úteis) e permite recarregamentos rápidos até 50 kW de potência. Assim, 80% da carga recuperada em 60 minutos. Ambas percorrem até 100 km no modo EV, até 140 km/h!
No mercado português, Range Rover disponível com os níveis de equipamento SE, HSE e Autobiography. Também no catálogo, versões SV produzidas pela Special Vehicle Operations, divisão especializada em automóveis personalizados, com os motores P530, P510e e D350.
Luxo, sofisticação e tecnologia
O Range Rover, na 5.ª geração, impressiona pelas capacidades acima da média na estrada e no TT. Na transmissão, as redutoras somam-se à caixa automática de 8 velocidades, a tração integral eletrónica combinada com o programa Intelligent Driveline Dynamics monitoriza a aderência e a condução para repartição ótima do binário entre os eixos e as rodas posteriores (e o autoblocante traseiro é ativo).
O programa 4x4 atua nos arranques e sempre que o SUV abandona o asfalto, circula no gelo e acelera a mais de 160 km/h. Finalmente, Terrain Response 2 para adaptação do chassis, eletrónica e mecânica ao modo de ação selecionado, através de comando com programas à medida de cada tipo de superfície. Somam-se-lhe controlo do chassis Dynamic Response Pro, amortecimento pneumático preditivo (adapta a suspensão aos dados do sistema de navegação e admite quatro configurações de altura da carroçaria ao solo) e sistema de quatro rodas direcionais. Entre os opcionais, além de muitas propostas de personalização, mais recursos técnicos e tecnológicos, incluindo Active Roll Control (eARC), barras estabilizadoras ativas alimentadas por rede elétrica complementar de 48V, etc.!
Na versão SV com mecânica V8, com 530 cv e 750 Nm, o Range Rover com mais de 2,5 toneladas não é só poderosíssimo (também no consumo, que dispara sempre que esmagamos o acelerador): apresenta-se-nos imparável no asfalto e fora de estrada! O D350 também mais do que satisfaz, mas não esgota tanta capacidade/qualidade. Na rampa de lançamento, geração nova da variante Sport.