Nas versões de topo de Tesla Model Y e Polestar 2, sofisticação, modernidade tecnológica e prestações capazes de fazer corar de vergonha muitos desportivos, com aceleração 0-100 km/h em pouco mais de 4 segundos e com bateria de elevada capacidade para percorrer cerca de 400 km com uma só carga.
Elon Musk produz primeiro a pensar nos jovens, que nunca conheceram um mundo sem smartphones, ecrãs táteis ou internet sem fios e criou um conceito de automóvel em constante evolução. Hoje, um Tesla é, basicamente, uma plataforma hardware que nos próximos anos vai receber dezenas de atualizações de software, para obter mais e melhores performances, autonomia ampliada e os upgrades necessários à lista dos equipamentos de segurança e conforto.

E a jogada de mestre foi mesmo a de ter servido um automóvel com todo este potencial na embalagem discreta, mas desejada e acessível que é o formato da moda. As linhas do Model Y são sofisticadas e modernas, mas sem excessos. Equipado com as jantes de dimensões generosas, negras a condizer com os puxadores da portas e a faixa longitudinal no pequeno aileron traseiro, a imagem desta versão Performance é quase desportiva. Mas, não há nada no design do SUV compacto da Tesla que assuste o pai de família mais conservador. A fórmula é vencedora e marca americana está, no fundo, a colher os méritos do pioneirismo da sua proposta de democratizar o automóvel elétrico de longa autonomia nos grandes mercados mundiais. E a indústria, de uma forma geral, segue-a, com mais ou menos arrojo. No pelotão da frente, encontra-se a Polestar, tendo começado como preparadora desportiva para os automóveis da Volvo e, entretanto, independente no seio do consórcio chinês Geely, para desenvolver automóveis como o 2, modelo a meio caminho entre uma berlina e os SUV, e que, por isso, tanto ataca o Model 3 como o Model Y, os dois Tesla mais vendidos. Veículo sobrelevado, com musculatura apreciável e superfícies limpas, o Polestar é mais curto e baixo do que um Y, mas igualmente imponente. Embora com menos espaço no interior. As diferenças mais notadas estão nos lugares posteriores, onde é mais apertado 5 cm na medição em largura à altura dos ombros (132 cm contra 137 do Model Y) e também do assento ao teto (92 cm contra 97). Ainda assim, talvez mais impactantes para a habitabilidade do elétrico da marca da estrela polar serão os 6 cm que tem a menos no espaço para as pernas:_medimos 73 cm do encosto posterior ao banco do frente, o que não é pouco espaço. Mas o Tesla é gigante.

O Polestar 2 oferece 440 litros de volume combinado de carga dianteira e traseira, incluindo 35 litros à frente e 405 litros na traseira, números que o Y supera também...
Além de bem mais amplo para o transporte de cinco ocupantes em ótimas condições de conforto, o cockpit do Tesla é luminoso, de tecnologia de vanguarda, e iluminado, por luz natural que irradia pelo teto panorâmico que se prolonga desde o óculo traseiro até ao para-brisas, e que o rival de ocasião também tem. Mas é mais claustrofóbico o carro produzido na China. E vantagem sobre o Tesla só mesmo na qualidade dos materiais e da montagem.
O Model Y de fabrico alemão, na Gigafactory Berlin-Brandenburg, progrediu em qualidade, sobretudo nos painéis das portas, além de uma evolução no sistema de colunas que utiliza um amplificador diferente, em comparação com a unidade chinesa da Tesla, e melhorias no mecanismo de abertura do porta-luvas e na chapeleira da mala, que ainda deixa a desejar no seu manuseamento...

No habitáculo do 2, imagem e conteúdos mais premium, com rasgos dos Volvo, mas (ainda) mais minimalista na apresentação e recorrendo a muitos materiais sustentáveis.O painel de instrumentos é digital (ecrã de 12.3”) e os comandos físicos foram quase todos eliminados, concentrando a maioria das funções no ecrã tátil central de 11 polegadas que apresenta o sistema de infoentretenimento Android Automotive, desenvolvido em colaboração com a Google. Todas as funções do veículo, incluindo navegação, entretenimento, configurações do veículo e controlo climático, são ajustadas neste ecrã.
Como no Tesla, as atualizações Over-the-Air (OTA) permitem atualizar o software do veículo remotamente e integram plano de dados Polestar incluído nos primeiros três anos de propriedade.

Uma vez sentados ao volante, o arranque é feito de forma automática. O Tesla desperta logo que o smartphone do seu condutor se aproxima. Hoje, não há nada mais fora de moda do que uma chave na ignição. Um comando mãos livres já é coisa do passado. Para os raros clientes alérgicos às Apps, a Tesla propõe como alternativa um simples cartão plástico semelhante a um de visita (no tamanho e espessura), que abre as portas e autoriza o funcionamento dos motores. Dois, um por cada eixo, num total de 480 cv, para prestações típicas de superdesportivo. No Polestar, a mesma configuração de motor elétrico atrás e à frente, rendimento e performances semelhantes, com ascendente ligeiro do Tesla, que não é o modelo com a condução mais envolvente.
No posto de condução, pequenos comandos no volante permitem que este se ajuste às medidas e preferências de cada utilizador, mas quase tudo a bordo é controlado a partir do gigantesco ecrã tátil de 15’’, em posição ótima, ao centro do tablier. Na zona atrás do volante, onde os olhos procuram naturalmente o velocímetro, há apenas uma extensão simples de madeira polida.

Não há quaisquer botões ou teclas no centro da consola, onde procuramos os comandos básicos.
Sempre mais equilibrado em curva, o 2 beneficiou com a intervenção dos especialistas da equipa da Polestar. Entre as novidades, sistema de travagem Brembo e amortecedores Öhlins que aumentam a firmeza da suspensão sem penalizarem o conforto de rolamento.
Por fim, a autonomia:_apesar da massa superior, que advém das dimensões exteriores maiores, o Tesla faz média de 19 kWh/100 km, ficando confortavelmente na marca dos 400 km, menos 30 no Polestar.
Conduzir um Tesla continua a ser... diferente. O Model Y, mais confortável, beneficia ainda do que as dimensões maiores da carroçaria proporcionam à volumetria da bagageira, muito superior à do Polestar, que exibe uma dinâmica mais eficaz e interessante. Nas performances, ligeiras diferenças, mas no consumo e autonomia vitória clara do Tesla. O preço pende para o 2.