Não existe qualquer certeza do caminho que se seguirá em matéria de soluções para colocar o automóvel em movimento. Face às autênticas politiquices de quem pouco ou nada parece entender sobre o assunto (e onde o único foco parece ser arranjar bodes espiatórios para taxar...), a opção por tributar sobre o ciclo WLTP desde o início de 2019 afeta, essencialmente, uma das soluções tidas pelas marcas como das mais interessantes sob o ponto de vista prático, caso dos híbridos plug-in: capazes de circular em ambiente citadino com emissões zero fruto da autonomia em modo elétrico a rondar os 40 km – permitindo minimizar as emissões nos centros das urbes – e permitir autonomia de deslocação para qualquer lado com a agregação do motor térmico, o qual também pode servir de gerador de energia elétrica para posteriormente ser utilizada nos percursos mais curtos. E assim é a Volvo V90 T8 Twin Drive.
Esta carrinha de segmento superior, tendo por base plataforma (ou seja, investimento...) que permitiu a eletrificação do conceito, alia unidade térmica a gasolina a motor elétrico, com conjunto de baterias alojadas sob a zona do túnel central da carroçaria. O motor a gasolina entrega-se às rodas da frente e o elétrico às traseiras, permitindo aderência integral à estrada (modo AWD) ou impulsos individuais. Basta trocar os modos de condução para que a V90 se possa locomover só a eletricidade (Pure), embora arranque sempre em Hybrid, função que gere as necessidades do sistema para otimização dos recursos energéticos face à utilização.
Na prática, a V90 T8 conseguirá percorrer, em média, cerca de 38 km em modo puramente elétrico, os quais necessitam cerca de 4h15m a serem carregados em tomada doméstica, como experimentámos. Autonomia ecológica que permite cobrir a maioria das deslocações quotidianas, embora o ideal seja a mescla dos dois modos de propulsão face às preces no acelerador e à velocidade. Porque um híbrido plug-in só será devidamente aproveitado caso o condutor adeque as características técnicas à utilização: não se deve gastar toda a bateria a acelerar em autoestrada para depois circular em cidade, no pára-arranca, com o motor a gasolina a ligar/desligar!
Desejando-se, a V90 T8 voa para ritmos elevados, fruto dos 390 cv de potência combinada. Alia a suavidade de rolamento ao conforto dos bancos e à ausência de ruído em modo elétrico para experiência de serenidade no quotidiano, em que só o ruído do motor a combustão, em aceleração, parece não combinar. O pedal de travão tem tato algo elástico e artificial.