A propulsão a gás natural é mais uma das possíveis soluções paralelas no contributo para inferiores custos de utilização e também para a redução de emissões poluentes, mesmo que a origem (do gás) seja igualmente fóssil, como o petróleo.
A Seat (e o Grupo VW) é dos poucos fabricantes a apresentar soluções do género, que, infelizmente, não terão expressão comercial devido à ausência de uma rede de abastecimento sustentável: em Portugal, atualmente, existem apenas 12 postos públicos, quatro nas zonas metropolitanas e arredores de Lisboa e Porto – é solução que tem sido utilizada por algumas empresas de transporte público, em autocarros e outros veículos pesados. O custo de cada quilo de gás natural é 1,06 €.
Centrando atenções no Arona da Seat, apresenta-se nesta versão 1.0 TGI com o motor 3 cilindros turbo a gasolina de 1 litro de capacidade, com não mais de 90 cv. Os depósitos de gás natural (três) estão alojadas sob a bagageira, por isso eliminando o fundo falso que existe no Arona, limitando a capacidade de carga aos 272 litros, não obstante a possibilidade de rebatimento dos bancos traseiros. Perde-se a opção de poder contar com roda suplente.
Além dos 13,8 kg de gás natural, o Arona 1.0 TGI conta também com um pequeno depósito de gasolina, de não mais que 9 litros. Ao contrário do que se poderia pensar (e como acontece, por exemplo, com soluções a GPL), o Arona 1.0 TGI arranca e roda sempre a gás natural, não sendo ao condutor possível escolher a fonte de alimentação. Apenas utiliza a gasolina esgotando-se os depósitos de gás natural, alguns quilómetros após o atesto de gás e em situações de baixa temperatura exterior. A transição entre as duas fontes é impercetível.
Quando a gás, o motor 1.0 turbo mostra-se um pouco mais áspero e ruidoso do que quando a gasolina. Para tentar colmatar o facto desta versão não ir além dos 90 cv/160 Nm, a Seat utiliza aqui caixa manual de 6 velocidades (recorde-se que utiliza unidade de 5 nas versões de 95 cv do motor 1.0 TSI) de relações ajustadas ao melhor aproveitamento da pequena mecânica.
Sendo, obviamente, motor limitado ao nível das performances, esta versão a gás natural ajusta-se à vida citadina, onde o desempenho é meritório. Além disso, os consumos médios verificados, na ordem dos 5 kg de gás natural por cada 100 km, permitem custos de utilização a rondar os 6 €/100 km. Pena é que a reduzida capacidade dos depósitos não permita autonomia a gás superior a cerca de 270 km, depois dos quais o Arona se vê obrigado a recorrer aos 9 litros de gasolina – nunca ficará parado caso não possa abastecer-se com gás. A ainda reduzida rede de abastecimento não permite que esta solução ganhe um pouco mais de asas...
O condutor pode acompanhar o estado dos depósitos no painel de instrumentos, bem como as autonomias e os consumos médios individuais e conjuntos. O Arona 1.0 TGI pode ainda ser comercializado em todos os níveis de equipamento, com preços a partir dos 18.070 € (versão Reference).
As performances deste 1.0 TGI a gás natural são inferiores às do 1.0 TSI de 95 cv (mesmo que a Seat tenha recorrido a caixa de 6 velocidades para amenizar a situação), mas os custos de utilização são verdadeiramente reduzidos, até mesmo se colocados lado a lado com soluções elétricas – que à partida são bem mais caras que as soluções a gás natural. Só não é solução maior pela ausência de postos de abastecimento.