SUV de sete lugares, a lotação mais apreciada dos automóveis ligeiros por famílias numerosas, o Seat Tarraco ganha versão do tipo tudo incluído, com motor Diesel 2.0 TDI de 190 cv, caixa automática DSG de dupla embraiagem e sistema de tração integral 4Drive. Ao que acresce uma dotação abastada de equipamento de série enriquecida ainda por alguns luxos opcionais, pagos à parte, como os bancos em couro e as enormes jantes de 20 polegadas maquinadas. Não será a mais racional das escolhas, está visto, porque esta combinação de características de topo de gama atira o preço do SUV espanhol para o limiar dos 60.000 euros (da unidade ensaiada), que são quase 18 mil euros acima do que custa a versão 2.0 TDI de 150 cv também com caixa DSG, mas sem tração 4x4.
Mas escolhas são escolhas e cada um sabe o que tem, ou não, para gastar...
Pondo de parte a vertente do preço, este potente Tarraco é um automóvel que enche as medidas a quem gosta de ter sempre potência disponível debaixo do pé direito, seja qual for o ritmo a que se desloque. São 190 cv e 400 Nm muito bem geridos pela competentíssima caixa automática DSG de 7 velocidades e dupla embraiagem, utilizável no modo 100% automático ou manual através do seletor na consola ou nas patilhas no volante. Escolhendo a solução manual, há que contar que reduções demasiado racing não são permitidas pelo sistema de proteção do motor, que retarda a entrada da relação até esta caber na rotação. Corta a diversão, é verdade, mas salvaguarda a mecânica, o que é muito mais importante.
De salientar, que ficamos bem instalados ao volante, numa posição naturalmente muito mais alta do que numa berlina convencional, mas sem exageros, usufruindo de boa visibilidade e acesso fácil a todos os comandos do veículo, nomeadamente ao ecrã tátil de 8’’ no topo da consola central. É também na consola que encontramos o botão rotativo para escolha dos modos de condução, Eco/Normal/Sport/Individual/ /Neve e Off-road, sistema que afeta a assistência da direção e as resposta de acelerador, caixa e amortecimento, nas versões com a suspensão adaptativa DCC, precisamente o caso da unidade ensaiada.
As prestações oferecidas pelo conjunto motor/caixa convencem sobejamente, assim como o binómio conforto/dinâmica, com o Tarraco a não acusar em demasia o facto de estar calçado com jantes de 20’’. Depois, revela agilidade incomum para carro com esta envergadura. Não é que seja um primor na dinâmica, nem o podia ser, mas a verdade é que autoriza uma condução mais acelerada sem perder a compostura. No modo Sport, suspensão, motor e caixa ficam mais reativos e a direção também ganha mais algum peso, o que a torna mais eficaz quando aumentamos o ritmo. Naturalmente que a frente começa a sair quando há exageros, mas é notório o bom controlo dos movimentos da carroçaria.
Mais: a sensação de segurança é sempre elevada, fator a que não é alheio o sistema de tração integral, o qual assegura condução divertida e confortável fora de estrada, com direção bem amortecida, não reagindo com movimentos bruscos às oscilações do piso. Em situações mais exigentes, nomeadamente em subidas, o sistema 4Drive mostrou competência a distribuir a potência pelas rodas, safando-nos de todas as situações. Em autoestrada, o ruído da mecânica, de rolamento e aerodinâmico é reduzido, o que é garantia de viagens silenciosas e confortáveis.
É também em autoestrada que nos ocorre que o Tarraco com tração integral paga sempre Classe 2, tenha ou não Via Verde (o Tarraco 4x2 paga Classe 1 com identificador).
Globalmente, este Tarraco com motor a gasóleo de 190 cv e tração integral merece rasgados elogios pelas prestações, dinâmica segura e competente, elevado índice de diversão em estradões de terra, habitabilidade, qualidade e equipamento. No reverso da medalha está o preço, o gasto de gasóleo exagerado e o facto de pagar Classe 2 nas portagens (uma penalização sem culpa própria, insistimos), tenha ou não identificador de Via Verde.