Sabia que a Volvo já não comercializa o XC40 com motorizações Diesel? Esta versão T2, com motor 3 cilindros turbo a gasolina, de 1,5 litros e 129 cv, é a forma mais acessível de entrar no mundo SUV da marca sueca. Mas não é assim tão barato…

Os preços do Volvo XC40 T2 começam pouco acima da fasquia dos 35 mil euros. Ok, parece interessante, sendo que o carro, todo ele, reflete o (atual) encanto do formato SUV, somado à vaidade de uma linhagem premium. Mas premium também é ser um carro à medida do cliente, personalizado e recheado de tecnologia. Se assim for, a fatura facilmente ultrapassará os 45 mil euros, como no caso da unidade testada. Mesmo sem estofos em pele!
Mas que não haja desencantos após deste prelúdio! Porque o XC40 T2 é daqueles automóveis que nos convence logo ao arrancar: o motor a gasolina mal se ouve, vibrações é algo que não existe e se o condutor não souber, não dirá que sob o capot está uma mecânica de 3 cilindros. A facilidade de interação perpetua-se por intermédio de uma descontraída caixa automática, resultando em condução fluída em ambientes citadinos, abraçando aquela máxima expressão (que começa a estar associada à simplicidade sueca): é sentar e andar! Porque, de facto, apetece andar (e passear), envolto neste casulo de enorme conforto e serenidade, quer seja para o condutor, quer incluindo os restantes passageiros.
Claro que os 129 cv representam potência contida e performances (puras) que não deslumbram – por cerca de mais 2500 €, a Volvo propõe o XC40 T3, com 163 cv extraídos deste mesmo motor 1.5 turbo a gasolina. Mas o T2 não está pensado para ser rápido, mas sim para ser exímia companhia na bela vida cosmopolita.
As obrigações no cumprimento de normas, poluições, consumos e afins obrigaram a Volvo a recorrer a alongadas relações para a caixa de velocidades, que muitas vezes resultam num hiato temporal entre a pressão no acelerador e uma resposta por parte do motor – porque, em princípio, é quase sempre preciso a caixa reduzir uma ou duas relações para despachar uma aceleração à entrada de uma rotunda ou num cruzamento.

Só aqui se percebe um certo vazio de fulgor que obrigará o condutor a habituar-se e a antecipar-se à necessidade de aceleração, o mesmo acontecendo em situações de ultrapassagem: os quase 9 segundos aferidos numa aceleração a fundo entre os 80 e os 120 km/h ajudam a explicar o facto. Os 12 segundos para arrancar de 0 a 100 km/h (e mais de 20 para chegar aos 130 km/h) espelham o facto de o motor não apreciar rodar nos altos regimes e de a caixa preferir trocas suaves e arrastadas – por isso, deixem este XC40 T2 brilhar na sua candura!
Os consumos médios podem ficar-se entre os 7 e os 7,5 l/100 km em estrada, subindo para cerca de 8,5 litros em circuitos mais urbanos.
A Volvo inclui modos de condução, comandados por um botãozinho que quase passa despercebido na consola central, com o mesmo tamanho e proximidade, por exemplo, do botão para desembaciar o vidro traseiro. Entre eles destacamos mais os feitos do modo Eco, com solução de velejar para reduzir os consumos, do que propriamente a (ausente) ira desportiva do cenário Sport. O que realmente gostaríamos de ver melhorado é o tato do pedal de travão, demasiado sensível e de efeito elástico.
Não menos irritante continua a ser a interação com o computador de bordo, sendo difícil chegar à função ou informação pretendida: por que razão teima a Volvo em complicar esta funcionalidade num ambiente minimalista e de vincada simplicidade, com todas as restantes funções centralizadas no monitor central tátil? Na verdade, reunir tudo no sistema multimédia e entregar totalmente a sua interação a comandos táteis não é (quanto a nós) a melhor solução ergonómica, pois preferimos, por exemplo, interagir com comandos autónomos para a climatização, já que a atual solução da Volvo obriga a retirar os olhos da estrada durante mais tempo que o desejado.
Fora das cidades, o XC40 T2 lida muito bem com a estrada, perpetuando a excelente insonorização do habitáculo e uma conjugação ideal entre o conforto e a sensação de segurança e estabilidade, sendo um SUV nitidamente focado nos desígnios familiares e sem pretensões desportivas. Os bancos contribuem para o bem-estar interior, em particular os dianteiros, de correta ergonomia, não obstante a simplicidade dos revestimentos em tecido. Realça-se o correto aproveitamento do espaço interior e a facilidade dos acessos, bem como as dimensões da bagageira, que inclui pequeno fundo falso e espaço para receber uma cada vez mais em vias de extinção roda sobressalente (98 €).

O rebatimento de bancos é tradicional, na proporção 60/40, existindo apenas uma pequena passagem (extra) entre habitáculo e mala atrás do apoio de braços central traseiro. À frente, os locais de arrumo são mais do que suficientes. Já alguns dos revestimentos utilizados nas portas e nos pilares/teto, seguindo uma veia de sustentabilidade e reciclagem, não oferecem a melhor sensação de qualidade, o que poderá colocar em causa a sua durabilidade ao longo dos tempos.
Preços:
Volvo XC40 T2: Desde 35.140 €
Versão ensaiada:
Volvo XC40 T2 Momentum Plus Auto – 41.277 €
Preço da unidade testada – 46.287 €
Principais extras da unidade testada:
Pintura Branco Gelo (258 €)
Pack Lounge (2706 €)
Pack Power Seats (824 €)
Fecho elétrico das portas traseiras (86 €)
Vidros traseiros escurecidos (400 €)
Pneu sobressalente temporário (98 €)
Carregamento indutivo para smartphone (211 €)
BLIS (554 €)