Na Europa, o Sorento está entre os automóveis que mais participaram no crescimento da Kia, cabendo-lhe o estatuto de porta-estandarte do progresso técnico e tecnológico do fabricante sul-coreano.
Sofisticado e muito bem equipado, o Sport Utility Vehicle (SUV) que está atualmente na 4.ª geração é uma das melhores propostas de 7 lugares no mercado, com interior espaçoso e com mala ampla, para confirmar o estatuto de grande rolador da geração que substituiu, mas num patamar muito superior de qualidade e refinamento, com destaque para a suavidade de rolamento.

Deve-o em grande parte à plataforma exclusiva e moderna, a permitir já vários níveis de eletrificação. Na gama, além de versão híbrida com 230 cv (que combina o 1.6 T-GDi e máquina elétrica alimentada por pequena bateria e integrada no módulo da caixa automática de 6 velocidades), há nova motorização PHEV que admite o carregamento externo da bateria para até 57 quilómetros sem gases de escape.
O sistema PHEV do Kia Sorento associa um motor a gasolina 1.6 turbo de 180 cv e uma unidade elétrica de 91 cv alimentada por uma bateria de iões de lítio de 13,8 kWh de capacidade, que permite o carregamento por fonte de energia externa. O módulo gera uma potência total de 265 cv e 350 Nm de binário máximo e garante ao grande SUV coreano a possibilidade de oferecer, por um lado, prestações elevadas ou consumos (e emissões) bastante baixos, por outro. As primeiras, previsíveis pela potência e o binário da motorização, atribuem Sorento performances de bom nível para automóvel com vocação familiar e cerca de duas toneladas de peso. As acelerações são enérgicas (como demonstram tão-só 8 segundos de 0-100 km/h) e as recuperações de idêntica grandeza, disponíveis desde os mais baixos regimes do(s) motor(es), amparadas na suave e bem escalonada caixa automática de seis velocidades e a transmissão integral. Escrevemos motores, porque é fundamental o contributo da unidade elétrica para as velozes prestações da modelo de 7 lugares, e especialmente mais relevante no modo Sport, o mais acutilante do programa de condução do veículo.

A partir do mesmo comando na consola central ativa-se também o modo Eco e todos os disponíveis do Terrain Mode: Lama, Neve e Areia.
O Sorento não tem aptidões TT excecionais, mas encontra-se preparado para incursões fora do asfalto, pouco aventureiras, recomendando-se a condução só em pisos de terra. No entanto, o sistema de descida e subida de declives integrado no pacote de assistências eletrónicas à condução garante alguma capacidade de transposição de obstáculos, maior nesta versão com quatro rodas motrizes.

Autonomia elétrica e consumo
Em contraponto às performances, o baixo consumo. Usando todas as potencialidades do agregado híbrido (utilizadores deste SUV que, ao não recarregarem a bateria do motor elétrico por fonte de energia exterior, não retiram a melhor eficiência da tecnologia híbrida), estão garantidos valores mínimos referenciais. Nos primeiros 50 km, deixando o sistema a fazer a gestão das fontes e fluxos energéticos na motricidade do veículo, registámos o consumo médio foi de 2,5 l/100 km. Por defeito, o motor que prevalece é o elétrico, desde que haja bateria. O motor a gasolina só entra em funcionamento quando é solicitada mais potência (acelerações fortes, velocidades elevadas). Ou após o esgotamento da carga (o sistema reserva automaticamente alguns kWh para os arranques e as manobras a baixa velocidade).
Conduzindo nessa “reserva” de bateria, com a atuação quase em exclusivo do 4 cilindros, o consumo sobe para ainda bastante satisfatórios 6,8 l/100 km.
O carregamento das baterias no Sorento é uma operação que demora cerca de quatro horas (a 3,7 kW).

Preço e equipamento
Os 65 950 euros (62 450 euros com a campanha em vigor) pedidos pela Kia colocam o Sorento PHEV no raio de ação das referências premium alemãs, posicionamento de preço que a marca coreana faz por compensar com dotação de série acima da média.
Nos equipamentos multimédia, monitores a cores e táteis de 8’’ ou 10,25’’, dependendo do nível de equipamento. São compatíveis com as tecnologias Android Auto (Google) e CarPlay (Apple) e, na versão de topo, mais sofisticada, encontra-se até ligação à Internet, através de cartão SIM virtual, para consulta de informações sobre o estado do trânsito, as previsões meteorológicas ou os preços dos combustíveis. Também é disponibilizada aplicação para smartphone, para controlo e monitorização remotos de várias funções do automóvel, da autonomia elétrica à abertura ou fecho das portas.

O banco do condutor e do passageiro à frente contam com ajustes elétricos, incluindo apoio lombar e memória, na consola há carregador wireless para smartphone, câmara de estacionamento 360 graus, comandos no volante e sistema de reconhecimento de voz, Cruise Control adaptativo com Sistema Stop&Go, ligações USB (nas 1a, 2a e 3a filas), teto panorâmico com abertura elétrica e vidros traseiros escurecidos. E a mesma generosidade nos itens de segurança, com destaque para o airbag entre os bancos dianteiros ou o assistente de autoestrada e de fila de trânsito, capaz de manter a distância para o carro da frente e de manter o SUV na faixa.
Na dinâmica, comportamento equilibrado e eficaz em curva, sem demasiados movimentos transversais da carroçaria nas transferências de massas mais bruscas, com um conforto de rolamento acima da média. Apesar de o Sorento não ter tato firme que confira agilidade referencial, está longe de ser pouco expedito. Em estrada o SUV mostra-se competente, assegurando bom compromisso entre eficácia em curva e conforto de rolamento, e tem no amortecimento brando (mas sólido) da suspensão o reflexo do rigor na construção deste mecanismo, dos seus isolamentos e ligações.

Cinco ou sete lugares
Independentemente da configuração do habitáculo (cinco ou sete lugares), no habitáculo do grande SUV da Kia muita liberdade de movimento em todos os lugares, mas os dois bancos da 3.ª fila recomendam-se só para o transporte de crianças (dispensando-os, rebatem-se de forma automática em comandos no compartimento de carga). Esgotando a lotação, a bagageira tem apenas 175 litros. A capacidade mínima da bagageira sobe para gigantescos 809 litros, só com cinco lugares montados.