Tal como nas duas anteriores gerações, a Skoda volta a propor a especialíssima versão Monte Carlo no atual Fabia (4.ª geração). Inspirada nos ralis, adota imagem exterior desportiva (grelha, saias, difusor e jantes pretas) e vários pormenores exclusivos no habitáculo (bancos, volante e iluminação) incluindo luzes com tecnologia LED, vidros escurecidos e insígnias alusivas à versão por cima das cavas das rodas. Teste à versão com motor 1.0 TSI de três cilindros de 110 cv.

O estilo mais desportivo é projetado pelas saias dianteiras e traseiras específicas, grelha frontal e spoiler atrás em preto, assim como pelas jantes em liga leve de 17’’ (Procyon) polidas. Na carroçaria, siglas Monte Carlo nas cavas das rodas dianteiras e vidros escurecidos atrás, enquanto a iluminação conta com tecnologia LED.
No interior, dominado pelos tons em preto, outras diferenças: bancos desportivos à frente com apoios de cabeça integrados, forro do teto em preto, volante de três raios em pele, faixa decorativa no tablier e painel de instrumentação digital personalizável ('Virtual Cockpit' de 10,25'') com fundo dinâmico.

Mais detalhes: consola central e puxadores das portas com tons a vermelho, iluminação LED, além de acabamentos em carbono nos apoios das portas (à frente) e na parte inferior do painel defronte do volante. Os pedais são em alumínio e as soleiras das portas têm inscrito o logótipo com o nome do modelo. A iluminação ambiente LED proporciona ainda outra atmosfera.
Apesar do equipamento completo, a lista de opções acrescenta itens importantes, tais como o ar condicionado automático Climatronic (375 €), câmara à retaguarda (por 285 €; sensores de parque atrás de série; à frente por 330 €), infotainment com sistema de navegação Amundsen (910 €), cruise-control adaptativo (295 €), assistente de faixa de rodagem (675 €) e acesso/ignição sem chave (440 €), por exemplo. Também os faróis adaptativos com assistente automático de máximos são opcionais, assim como o tejadilho panorâmico (715 €).
Transversal a todos os modelos da gama é a melhoria da qualidade dos materiais aplicados no habitáculo, inclusive com tecidos, superfícies e cores mais atraentes. Nesta versão Monte Carlo isso nota-se bem, em especial nos bancos, tablier e consola, apesar de alguns revestimentos menos vistosos, como os das zonas inferiores das portas ou o forro do piso da mala (esta última com mais 50 litros do que antes). No cockpit, maior envolvência, além de posição de condução fácil de ajustar, bem enquadrada face à instrumentação (digital, com várias vistas gráficas) e ao ecrã tátil central, onde se opera a maior parte das funções de bordo, existindo no volante teclas de atalho.

Com recurso à nova plataforma modular MQB-A0 do grupo Volkswagen, a qualidade de condução melhorou face ao antecessor, assim como o conforto geral. Isso é visível na dinâmica em qualquer circunstância, sem evasivas em curva, com reações estáveis e previsíveis à medida da tração dianteira. Em mau piso nota-se a firmeza dos pneus Bridgestone Turanza ECO 215/45 com jantes de 17'', mas, por outro lado, há vantagens ao nível da aderência e do comportamento. Nos asfaltos irregulares é fácil dar conta do maior ruído de rolamento, embora o amortecimento esteja bem definido e nem sequer transcreva reações bruscas para o habitáculo, apesar do eixo rígido atrás.
O tato da direção é leve e a assistência está bem definida para as várias... velocidades, cuja expressão máxima (anunciada) está apontada aos 203 km/h. Nada mau para um bloco 1.0 TSI de três cilindros, de 110 cv, o qual reage de forma progressiva e sem esforço desde baixa rotação, embora se pudesse admitir mais nervo no arranque e em certas recuperações. A unidade de 999 cc, injeção direta, turbo, atinge velocidades de cruzeiro interessantes, as quais são fáceis de manter sem elevar demasiado os valores do consumo. O registo médio pauta-se num intervalo de 5,8 a 6,2 litros por cada 100 km, sem se exagerar muito, o que determina depois autonomias elevadas próximas dos 700 quilómetros. Em cidade, o liga-desliga do start-stop não é nada brusco, otimizando o consumo nessas condições.

O funcionamento do bloco TSI de três cilindros não é estridente ou ruidoso, emitindo poucas vibrações, auxiliado por uma transmissão manual de seis velocidades bem sincronizada, esta sem ter um escalonamento muito longo, fácil de engrenar e com tato rápido. É também por aí que se perceciona a boa resposta da mecânica e a suavidade da condução.
De facto, a versão Monte Carlo transcreve de forma evidente todas as melhorias da quarta geração do Fabia e, ao mesmo tempo, acrescenta-lhe um caráter especial, embora o lado desportivo assente, sobretudo, na imagem e no equipamento. Por essa razão, o preço também é superior às restantes versões da gama: desde 31.037 €. Um valor elevado, mesmo tendo em conta essa aparência... diferente.