Hyundai Tucson Hybrid Vanguard

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TESTE

Por Vítor Mendes da Silva 06-02-2022 07:00

Fotos: Gonçalo Martins

O novo Tucson é a interpretação mais emblemática e convincente das novas tendências de design da Hyundai. Recorrendo a muitos dos elementos de estilo experimentados no protótipo que antecipou a quarta geração do carro da marca coreana para categoria tão concorrida como competitiva, com Nissan Qashqai, Peugeot 3008 e Toyota RAV4 entre os adversários com que partilha o estatuto de referência. Sobressai a estética disruptiva da dianteira, com a espetacular apresentação das luzes de presença, que se misturam e se integram na grelha frontal.

As luzes de pisca estão totalmente dissimuladas, ao passo que os módulos de iluminação LED estão colocados no para-choques. Atrás, a assinatura diferenciada surge por intermédio de faixa de iluminação a toda a largura da carroçaria. E escova limpa-vidros traseira escondida por baixo do spoiler. A imagem seduz…

A base do SUV é a nova plataforma N3, arquitetura moderna que admite sistemas de tração dianteira ou de quatro rodas motrizes e recurso massivo às tecnologias de digitalização e de eletrificação. O carro com 4,5 m de comprimento e 2,68 m entre eixos (mais 10 mm do que no modelo anterior), posiciona- se entre os mais espaçosos do segmento, em particular nos lugares traseiros.

O Tucson Hybrid tem as mesmas características das motorizações mild hybrid de 48V (gasolina e Diesel) do modelo apresentado no início do ano. O sistema híbrido não influenciou negativamente a liberdade de movimentos no interior, tanto à frente como atrás, nem a capacidade da mala (mínima de 616 litros e máxima de 1795), com a arrumação da bateria no piso do habitáculo, por baixo do banco traseiro e não sob a bagageira. No entanto, este automóvel tem alguns equipamentos diferenciadores, nomeadamente o sistema multimédia, com menu específico para informações sobre o funcionamento da tecnologia de propulsão.

Revolução digital

No painel de bordo conjuga-se a digitalização com design minimalista. Atrás do volante (de arquitetura monobraço) surge cluster de instrumentação digital, em painel flutuante de 10,25’’, a permitir várias configurações. Na consola central, outro monitor de 10,25’’, este tátil, (é de 8’’ na versão base) em associação ao novo sistema multimédia, já permitindo a ligação sem fios para Apple CarPlay e Android Auto e serviços/conectividade Bluelink, com memórias sobre perfis de condutores, trânsito em tempo real, consulta e funcionalidades à distância via smartphone, etc. O Tucson, com o acabamento interior Vanguard, impressiona pela qualidade quer dos materiais, quer da montagem e pelo número de assistências eletrónicas à condução. O pacote inclui regulador de velocidade ativo, alerta de fadiga do condutor, manutenção na faixa de rodagem, travagem autónoma de emergência e câmara traseira de auxílio ao estacionamento. Também de série, sistema de som Krell com oito altifalantes, iluminação interior personalizável em LED, estofos em pele com ajustes elétricos para o banco do condutor, chave inteligente mãos-livres, abertura elétrica do portão da bagageira e programa Drive Mode, com dois modos de condução. A tecnologia otimiza as capacidades do módulo híbrido, adequando o seu funcionamento às exigências da condução, privilegiando-se a poupança, em modo Eco, ou as prestações, ativando-se o programa Sport.

O SUV da Hyundai tem qualidades dinâmicas acima da média (vide agilidade, estabilidade, precisão e segurança em curva e em mudanças repentinas de direção, devido ao rolamento limitado da carroçaria nas transferências de massa), que combina com conforto de rolamento excecional. Nota mais, também, para a atuação dos travões, que são potentes e resistentes à fadiga.

Sistema inteligente

No Tucson Hybrid, módulo que associa bloco térmico 1.6 T-GDI (180 cv) e unidade elétrica (60 cv) que a auxilia na propulsão do veículo, mas assumindo-a, em exclusivo, por períodos breves e subordinados ao trato dócil no acelerador. Ou seja, é possível completar algumas centenas de metros em modo 100% elétrico, mas não será fácil fazê-lo mesmo carregando no botão EV, já que para tal a bateria tem de estar perto do seu estado máximo de carga, e há que pisar o acelerador como se estivéssemos de pantufas e sem exceder os 40-50 km/h.

Em circuito urbano, o sistema mal se ouve a trabalhar, seja ao ralenti seja em aceleração. Vibrações também quase não existem e todos os comandos afetos à condução têm tato oleado e são bastante fáceis de manusear.

A motorização híbrida garante, acima de tudo, um ótimo compromisso entre prestações e eficiência energética (no consumo de combustível), em que pouco supera a barreira dos 6,5 l/100 km médios. A caixa é automática (conversor de binário), tem 6 velocidades, programa manual comandado sequencialmente em patilhas no volante e escalonamento adaptado às características do híbrido da Hyundai. Mais estradista do que vincadamente racing…

No entanto, privilegiando-se as performances, os 230 cv e 350 Nm respondem à chamada, capazes de acelerar o Tucson sem esforço em todas as solicitações da condução.

A forma ágil e segura como o novo SUV da Hyundai se deixa conduzir com dois dedos é mérito da estrutura leve e altamente rígida, mas o baixo centro de gravidade do veículo e a boa capacidade de processamento do conjunto mola/amortecedor ajudam a explicar qualidade de rolamento referenciais, mesmo se a reação em curva é a típica dos veículos com o formato avantajado da moda, privilegiando a comodidade dos ocupantes.

Na categoria mais disputada do momento, o SUV com mais sucesso da Hyundai confirma a ambição do emblema coreano na aproximação às referências, em matéria de qualidade, refinamento e até no feeling na condução. O grupo propulsor híbrido com 230 cv também é trunfo valioso, competente em todas as situações de condução, mas melhor adaptado a ambientes urbanos e velocidades baixas constantes.

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Ficha Técnica

Caracteristicas

HYUNDAI TUCSON

Hybrid Vanguard

Motor térmico
Arquitetura 4 cilindros em linha
Capacidade 1598 cc
Alimentação Injeção direta, Turbo, Intercooler
Distribuição 2 a.c.c./16v
Potência 180 cv/5000 rpm
Binário 265 Nm/1500-4500rpm
Motor elétrico
Tipo -
Potência 60 cv
Binário 264 Nm
Bateria Iões de lítio
Capacidade da bateria 1,49 kWh
Módulo Híbrido
Potência 230 cv
Binário 350 Nm
Transmissão
Tração Dianteira
Caixa de velocidades Automática de 6 vel.
Chassis
Suspensão F Ind. McPherson
Suspensão T Ind. multibraços
Travões F/T Discos ventilados
Direção/Diâmetro de viragem Elétrica/11,9 m
Dimensões e Capacidades
Compr./Largura/Altura 4,500/1,865/1,650 m
Distância entre eixos 2,68m
Mala 616-1795 litros
Depósito de combustível 52 litros
Pneus F 8,5jx19-235/50 R19
Pneus T 8,5jx19-235/50 R19
Peso 1564 kg
Relação peso/potência 6,8 kg/cv
Prestações e consumos oficiais
Vel. máxima 193 km/h
Acel. 0-100 km/h 8 s
Consumo médio 5,7 l/100 km
Emissões de CO2 130 g/km
Garantias/Manutenção
Mecânica 7 anos sem limite de km
Pintura/Corrosão 3/12 anos
Intervalos entre revisões 30000 km
Imposto de circulação (IUC) 137,14 €

Medições

HYUNDAI

Acelerações
0-50 km/h 2,8 s
0-100 / 130 km/h 7,1/11,1 s
0-400 / 0-1000 m 15,1/27,6 s
Recuperações
40-80 km/h (D) 3,2 s
60-100 km/h (D) 3,9 s
80-120 km/h (D) 4,7 s
Travagem
100-0/50-0km/h 34,5/8,8 m
Consumos
Consumo médio 6,5 l/100km
Autonomia 800 km

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