O novo Tucson é a interpretação mais emblemática e convincente das novas tendências de design da Hyundai. Recorrendo a muitos dos elementos de estilo experimentados no protótipo que antecipou a quarta geração do carro da marca coreana para categoria tão concorrida como competitiva, com Nissan Qashqai, Peugeot 3008 e Toyota RAV4 entre os adversários com que partilha o estatuto de referência. Sobressai a estética disruptiva da dianteira, com a espetacular apresentação das luzes de presença, que se misturam e se integram na grelha frontal.
As luzes de pisca estão totalmente dissimuladas, ao passo que os módulos de iluminação LED estão colocados no para-choques. Atrás, a assinatura diferenciada surge por intermédio de faixa de iluminação a toda a largura da carroçaria. E escova limpa-vidros traseira escondida por baixo do spoiler. A imagem seduz…

A base do SUV é a nova plataforma N3, arquitetura moderna que admite sistemas de tração dianteira ou de quatro rodas motrizes e recurso massivo às tecnologias de digitalização e de eletrificação. O carro com 4,5 m de comprimento e 2,68 m entre eixos (mais 10 mm do que no modelo anterior), posiciona- se entre os mais espaçosos do segmento, em particular nos lugares traseiros.
O Tucson Hybrid tem as mesmas características das motorizações mild hybrid de 48V (gasolina e Diesel) do modelo apresentado no início do ano. O sistema híbrido não influenciou negativamente a liberdade de movimentos no interior, tanto à frente como atrás, nem a capacidade da mala (mínima de 616 litros e máxima de 1795), com a arrumação da bateria no piso do habitáculo, por baixo do banco traseiro e não sob a bagageira. No entanto, este automóvel tem alguns equipamentos diferenciadores, nomeadamente o sistema multimédia, com menu específico para informações sobre o funcionamento da tecnologia de propulsão.

Revolução digital
No painel de bordo conjuga-se a digitalização com design minimalista. Atrás do volante (de arquitetura monobraço) surge cluster de instrumentação digital, em painel flutuante de 10,25’’, a permitir várias configurações. Na consola central, outro monitor de 10,25’’, este tátil, (é de 8’’ na versão base) em associação ao novo sistema multimédia, já permitindo a ligação sem fios para Apple CarPlay e Android Auto e serviços/conectividade Bluelink, com memórias sobre perfis de condutores, trânsito em tempo real, consulta e funcionalidades à distância via smartphone, etc. O Tucson, com o acabamento interior Vanguard, impressiona pela qualidade quer dos materiais, quer da montagem e pelo número de assistências eletrónicas à condução. O pacote inclui regulador de velocidade ativo, alerta de fadiga do condutor, manutenção na faixa de rodagem, travagem autónoma de emergência e câmara traseira de auxílio ao estacionamento. Também de série, sistema de som Krell com oito altifalantes, iluminação interior personalizável em LED, estofos em pele com ajustes elétricos para o banco do condutor, chave inteligente mãos-livres, abertura elétrica do portão da bagageira e programa Drive Mode, com dois modos de condução. A tecnologia otimiza as capacidades do módulo híbrido, adequando o seu funcionamento às exigências da condução, privilegiando-se a poupança, em modo Eco, ou as prestações, ativando-se o programa Sport.
O SUV da Hyundai tem qualidades dinâmicas acima da média (vide agilidade, estabilidade, precisão e segurança em curva e em mudanças repentinas de direção, devido ao rolamento limitado da carroçaria nas transferências de massa), que combina com conforto de rolamento excecional. Nota mais, também, para a atuação dos travões, que são potentes e resistentes à fadiga.

Sistema inteligente
No Tucson Hybrid, módulo que associa bloco térmico 1.6 T-GDI (180 cv) e unidade elétrica (60 cv) que a auxilia na propulsão do veículo, mas assumindo-a, em exclusivo, por períodos breves e subordinados ao trato dócil no acelerador. Ou seja, é possível completar algumas centenas de metros em modo 100% elétrico, mas não será fácil fazê-lo mesmo carregando no botão EV, já que para tal a bateria tem de estar perto do seu estado máximo de carga, e há que pisar o acelerador como se estivéssemos de pantufas e sem exceder os 40-50 km/h.
Em circuito urbano, o sistema mal se ouve a trabalhar, seja ao ralenti seja em aceleração. Vibrações também quase não existem e todos os comandos afetos à condução têm tato oleado e são bastante fáceis de manusear.

A motorização híbrida garante, acima de tudo, um ótimo compromisso entre prestações e eficiência energética (no consumo de combustível), em que pouco supera a barreira dos 6,5 l/100 km médios. A caixa é automática (conversor de binário), tem 6 velocidades, programa manual comandado sequencialmente em patilhas no volante e escalonamento adaptado às características do híbrido da Hyundai. Mais estradista do que vincadamente racing…
No entanto, privilegiando-se as performances, os 230 cv e 350 Nm respondem à chamada, capazes de acelerar o Tucson sem esforço em todas as solicitações da condução.

A forma ágil e segura como o novo SUV da Hyundai se deixa conduzir com dois dedos é mérito da estrutura leve e altamente rígida, mas o baixo centro de gravidade do veículo e a boa capacidade de processamento do conjunto mola/amortecedor ajudam a explicar qualidade de rolamento referenciais, mesmo se a reação em curva é a típica dos veículos com o formato avantajado da moda, privilegiando a comodidade dos ocupantes.
Na categoria mais disputada do momento, o SUV com mais sucesso da Hyundai confirma a ambição do emblema coreano na aproximação às referências, em matéria de qualidade, refinamento e até no feeling na condução. O grupo propulsor híbrido com 230 cv também é trunfo valioso, competente em todas as situações de condução, mas melhor adaptado a ambientes urbanos e velocidades baixas constantes.