A Jeep evolui no sentido de passar a oferecer, até ao final deste ano, um portfólio de SUV totalmente eletrificado em Portugal, para se tornar uma marca totalmente elétrica em 2030. O compacto Renegade foi dos primeiros modelos a dispor de solução híbrida ‘Plug-in’ que satisfaz todas as exigências de mercado em transformação, com a inédita versão 4Xe, disponível em duas versões de potência, com 190 ou 240 CV. Testámos a versão no topo da gama, que é também a mais capaz em todo-o-terreno.

Neste Renegade 4xe Trailhawk, que vê o visual quase militarizado sai ainda reforçado por elementos de decoração exclusivos, motor a gasolina de quatro cilindros turbo com 1,3 litros e 180 cv, associado a dois motores elétricos: um acoplado ao motor de combustão interna que, além de trabalhar em sinergia com o motor térmico, tem a função de gerador/alternador; outro, com 60 cv, instalado no eixo traseiro, que dispõe de caixa de redução e diferencial integrado (e-axle). Tudo somado, são 240 cv e binário máximo de 533 Nm à disposição do pedal do acelerador, geridos através de caixa automática de seis velocidades e em função dos três modos de funcionamento possíveis: Híbrido, Elétrico e E-save, ativados usando o seletor localizado em frente da caixa.
No modo híbrido, selecionado por defeito, o motor de combustão interna e o motor elétrico trabalham em conjunto. Inicialmente, o sistema favorece a condução elétrica; o motor de combustão interna entra em ação acima dos 130 km/h ou sempre que se exige mais esforço da mecânica.
O modo elétrico permite condução com zero emissões para até cerca de 50 km; o E-Save é o modo destinado a manter a carga da bateria ou para efetuar o próprio carregamento usando o motor de combustão interna, suportando dois modos secundários, denominados economia de bateria (E-SAVE passivo) e carga de bateria (E-SAVE ativo), podendo ambos ser ativados através do ecrã do sistema Uconnect.
A bateria de iões de lítio chega a 11,4 kWh de capacidade e está arrumada debaixo do assento posterior para não besliscar as cotas interiores.

4x4 e Classe 1 nas portagens
O Jeep Renegade 4Xe é um SUV com tração integral, mas paga Classe 1 nas portagens (com Via Verde), beneficiando de alteração à lei, em vigor desde dezembro, que despenalizou automóveis elétricos e híbridos plug-in que, por disporem de dois motores e tração nos dois eixos, estavam classificados como Classe 2.
A gestão da tração faz-se automaticamente ou a partir do comando rotativo do Select-Terrain no painel de bordo, com cinco modos de condução: Auto, Sport (que os outros Renegade não têm), Snow (neve) e Sand/Mud (Areia/Lama), a que se juntam as funções específicas para condução em fora de estrada: 4WD Low, de desmultiplicação curta da 1.ª velocidade, replicando o efeito de uma transmissão com redutoras, e 4WD Lock para bloqueio de diferencial, mantendo o motor elétrico traseiro sempre ligado para assegurar eficácia na distribuição de binário pelos dois eixos.
Além da capacidade de tração excecional, o desempenho em fora de estrada é também assegurado por um ângulo específicos ótimos (ataque: 19”, ventral: 27” e saída:16”) e uma capacidade de passagem a vau de 40 centímetros.

O preço a pagar
No reverso da medalha, o preço a pagar por credenciais dinâmicas acima da média, ajudadas por verdadeiro arsenal tecnológico. O Jeep Renegade 4xe Trailhawk está disponível a partir de 44.894 euros – 50.631 euros, com todos os opcionais da unidade ensaiada.
Com personalidade e estilo, qualidade geral acima da média e recheio farto que até o empurra já para a categoria acima, o Jeep Renegade apresenta comportamento e equilibrado e a vocação urbana satisfaz as exigências atuais. Muito suave a subir de rotação, tem músculo para manter andamentos vivos e os 240 cv, quando espevitados, impressionam. Os consumos contidos são também trunfo desta nova mecânica híbrida, que conta o sistema denominado e-Coasting, que aumenta a potência do sistema de regeneração de energia quando se liberta o pedal do acelerador durante as desacelerações e as travagens.
Assim, nos primeiros 100 km, consumo médio de gasolina de 3,1 l/100 km. Com a bateria esgotada, a funcionar como full hybrid convencional, o consumo médio de combustível irá fixar-se em torno dos 6 litros, muito longe dos 2,2 l/100 km anunciados pela marca.
A bateria do Jeep pode ser carregada a 3 kW, em 3,5 horas, até um máximo de 7,4 kW, precisando de 1h40 minutos para recuperar a totalidade da carga.