DS7 Crossback 1.6 Puretech 225

Um passo à frente

Apresentação

Por João da Silva 03-09-2018 16:24

A DS Automobiles aponta o 7 Crossback ao segmento dos SUV premium, um posicionamento que muitos poderão julgar otimista, tendo em conta os produtos com que concorre nessa categoria, mas isso não belisca a visão estratégica de Eric Apode, diretor de Produto e de Desenvolvimento da marca francesa. «Em todos os países consumidores de automóveis premium são os SUV do segmento C que apresentam o maior potencial em termos de volume e de rentabilidade, pelo que o facto de o DS 7 Crossback ser o nosso primeiro modelo é questão de lógica».

Apode explica em detalhe o que a DS pretende com o SUV: «Apontamos a clientes que se pretendem afirmar e que estão à procura de novas sensações. A nossa estratégia de trabalhar em profundidade as nossas linhas de caráter, o cultivar da nossa personalidade, ao mesmo tempo que oferecemos aos nossos clientes uma vasta gama de possibilidades de personalização, tem como base a análise das suas expectativas.

Os nossos clientes têm, em geral, aspirações muito fortes para os seus automóveis, estando muito conscientes dos produtos existentes no mercado, pelo que se pretendem destacar, definir o seu estatuto e o seu sucesso, bem como a sua originalidade. Eles não estão a comprar um DS como o fazem noutra marca, eles estão decididamente virados para o futuro».

Foi com estas palavras em mente que partimos para o contacto e experiência de condução do DS 7 Crossback Puretech 225, nova motorização a gasolina no catálogo do modelo, juntando-se a outras três: dois Diesel de 130 e 180 cv e uma a gasolina, com 180 cv. Acoplado a caixa automática de 8 velocidades, com patilhas no volante para troca de relações, o motor de 1,6 litros e 225 cv tem tudo para dar certo em países onde a febre do Diesel não é tão elevada quanto em Portugal, que continua ainda muito virado para as mecânicas a gasóleo, sobretudo no segmento em que o DS 7 Crossback concorre, isto mesmo depois de tudo o que tem sido dito e escrito sobre o futuro do Diesel.

Daí que o desempenho comercial desta versão no nosso mercado seja uma incógnita. Desempenho que nunca será posto em causa pela qualidade da mecânica, que muito nos agradou pela suavidade e acelerações lineares, além de ótima resposta desde baixos regimes, facto a que não é alheio o binário máximo (300 Nm) disponível desde as 1900 rpm.

Quando ativamos o modo Sport, o motor ganha entusiasmo, tornando-se mais reativo à pressão no acelerador, contudo, em aceleração forte, a sonoridade torna-se também muito forte, talvez demasiado, sobretudo porque parece muito artificial... As prestações convencem, com velocidade máxima anunciada de 234 km/h e aceleração 0-100 km/h em 8,2 segundos, nada mau para um carro com esta envergadura e peso (1420 kg), de que resulta interessante relação peso potência de 6,31 kg/cv.

Face à versão precedente (THP 205), além do aumento da potência, os engenheiros da DS conseguiram ainda melhorar o rendimento do 4 cilindros através de algumas alterações: o sistema Valvetronic (elevação variável contínua das válvulas de admissão e rotações variáveis da árvore de cames na admissão e escape) foi generalizado, enquanto a gestão das injeções de combustível foi otimizada, sendo as injeções múltiplas. 

As fricções foram reduzidas graças à utilização de novo tipo de segmentos e pistões e à adoção de um eixo do pistão com revestimento DLC (Diamond Like Carbon); por fim, o turbocompressor foi redesenhado de forma a garantir simultaneamente maior performance e disponibilidade (inclui novo comando elétrico da válvula wastegate e novas peças de elevado rendimento na turbina e do compressor).

O DS 7 Crossback que guiámos estava equipado com a opcional suspensão ativa (DS Active Scan Suspension), controlada por uma câmara posicionada por trás do para-brisas. O sistema, que inclui ainda quatro sensores e três acelerómetros, vai analisando as imperfeições da estrada e as reações do veículo (velocidade, ângulo, roda, travagem), pilotando continuamente e de modo independente os quatro amortecedores. Os dados recolhidos chegam em tempo real a um computador que age de forma independente sobre cada roda.

O resultado é muito convincente, percebendo-se perfeitamente as diferenças entre o modo Conforto (máxima filtragem e algum adorno da carroçaria em curva) e o Sport, que torna o carro muito mais seco e sensível a imperfeições do asfalto. É, contudo, neste modo que o DS 7 Crossback se torna mais divertido de guiar, mostrando agilidade surpreendente para automóvel com estas características. Analisando, a par, motor e desempenho dinâmico, parece-nos que é uma relação que tem tudo para dar certo.

Ler Mais

Ficha Técnica

Caracteristicas

DS 7 Crossback

1.6 PURETECH 225

Motor
Arquitetura 4 cilindros em linha
Capacidade 1598 cc
Alimentação Injeção direta, turbo, intercooler
Distribuição 2 a.c.c./16v
Potência 225 cv/5500 rpm
Binário 300 Nm/1900 rpm
Transmissão
Tração Dianteira
Caixa de velocidades Automática de 8 velocidades
Chassis
Suspensão F Ind. McPherson
Suspensão T Eixo multibraços
Travões F/T Discos ventilados/Discos
Direção/Diâmetro de viragem Elétrica/-
Dimensões e Capacidades
Compr./Largura/Altura 4,570/1,890/1,620 m
Distância entre eixos 2,738m
Mala 555/628-172 litros
Depósito de combustível 62 litros
Pneus F 7,5jx18-235/55 R18
Pneus T 7,5jx18-235/55 R18
Peso 1420 kg
Relação peso/potência 6,31 kg/cv
Prestações e consumos oficiais
Vel. máxima 234 km/h
Acel. 0-100 km/h 8,2 s
Consumo médio 5,9 l/100 km
Emissões de CO2 137 g/km
Garantias/Manutenção
Mecânica -
Pintura/Corrosão -
Intervalos entre revisões -
Imposto de circulação (IUC) -

Conte-nos a sua opinião 0

Apresentação