O Renegade é uma produção ítalo-americana muitíssimo bem-nascida. Lançado em 2014, foi o primeiro modelo do fabricante especializado em veículos para TT desenvolvido de raiz em colaboração com a Fiat e fora da América do Norte. E também marcou a estreia da marca na categoria dos Sport Utility Vehicles (SUV) compactos, trunfo decisivo para alimentar o tão desejado crescimento à escala global. Claro que, em categoria que é das mais competitivas da atualidade, dormir na forma é proibido, por isso, menos de um ano volvido sobre a mais recente atualização, aí está nova revisão de formas e conteúdos.
Esteticamente, o novo Renegade ganha elementos que o aproximam mais do visual quase militarizado do icónico Wrangler, com destaque para a adoção de novos grupos óticos LED e uma redesenhada grelha frontal. Na traseira, farolins novos, também com a tecnologia LED, sendo que se manteve intacta a imagem exterior tipicamente Jeep, que funciona! É certo que não será o mais consensual dos modelos no rico portefólio da marca, mas é um dos automóveis com mais personalidade; uma espécie de afirmação de estilo do tipo gosta-se ou odeia-se.
A carroçaria bem quadradona esconde a aplicação da plataforma que a Fiat estreou no 500L na empresa norte-americana, modificada, precisamente, para permitir aventuras por trilhos e caminhos de terra. Ainda assim, na gama do Renegade irão estar disponíveis versões 4x4, naturalmente mais capazes em off-road, e de tração dianteira. Nas mecânicas, estão as maiores novidades.
Numa primeira fase de lançamentos, a partir de outubro, estarão disponíveis três motorizações que são estreias absolutas. Em destaque, pela primeira vez num automóvel do Grupo Fiat, o motor a gasolina 1.0 de três cilindros, com 120 cv e 190 Nm; mecânica moderna, dotada de turbo de pequenas dimensões e baixa inércia, injeção direta, construção integralmente em alumínio, quatro válvulas por cilindro comandadas por uma árvore de cames. A oferta a gasolina ficará completa com a chegada de mais potente motor de 1,3 litros, um 4 cilindros novo, que estará em comercialização nas variantes de 150 e 180 cv, ambas com 270 Nm de binário máximo.
Em Portugal, enormes expectativas em torno do 1.0 a gasolina com 120 cv e possibilidade de preço-canhão, sem descurar a opção a gasóleo, com a mecânica 1.6 Multijet II, também com 120 cv, que pode ser combinado com caixa manual de 6 velocidades ou a automática DDCT e deverá tornar-se protagonista nas tabelas de vendas. O Diesel 2.0 Multijet com 140 ou 170 cv também estão disponíveis, com o Diesel mais potente a poder receber a transmissão automática de 9 velocidades.
Ao volante
Em Itália conduzimos unidade equipada com o novo motor 1.0 turbo (só poderá estar associado a caixa manual de 6 velocidades), que mostra fazer uso do bom valor de binário a baixo regime para apresentar resposta musculada a qualquer movimento no acelerador. A entrega de potência faz-se de forma muito suave e progressiva, sendo o funcionamento nada ruidoso da mecânica outra nota dominante deste Renegade equipado com milinho a gasolina. Depois, recupera velocidade com relativo à vontade, mesmo se a caixa mantém engrenagem algo lenta. Por outro lado, dinamicamente, impressões bastante positivas. Em asfalto, direção precisa e comunicativa, destacando-se a ótima estabilidade quando conduzido com moderação: oscilações transversais bem controladas em curva e pouca tendência para mergulhar a dianteira na travagem. Claro que, acelerando-se o ritmo, o Renegade perde agilidade, não havendo como contrariar a física algo desfavorável. Este Jeep não é muito comprido, mas é alto e com altura ao solo generosa para ângulos específicos ótimos para aventuras fora do asfalto, como comprovámos no excelente centro de testes da FCA em Balocco.