A nova geração Corolla será sempre automóvel fundamental para a Toyota, mas pode ser mesmo marco histórico para a marca japonesa, pelo enorme salto qualitativo em relação ao modelo precedente, mas ainda por todas as viragens que encerra. Começando na conceção, que volta a colocar o condutor e o bom feeling de condução em primeiro plano, passando pela estratégia da renúncia ao Diesel em privilégio absoluto da tecnologia híbrida, sem esquecer a importância do regresso de nome-instituição na indústria automóvel.
Na 12.ª edição do renovado rival do Golf, quer enquanto compacto de 5 portas, quer como carrinha e sedan de três volumes bem vincados, regressa o nome Corolla – na Europa, desde 2006, as duas carroçarias eram comercializadas sob o badge Auris (que é nome para riscar do portefólio), mantendo-se a designação original só para o 4 portas. E a passagem de testemunho traz, indiscutivelmente, o veículo mais importante na história da marca japonesa, o Corolla, que se lança ao desafio do competitivo segmento dos compactos de segmento C querendo aliar, mais do como nunca, o estatuto de automóvel com construção à prova de críticas e fiabilidade inabalável a uma nova imagem, atraente e dinâmica, com gama completa de estilos de carroçaria e raízes genuinamente europeias (a Touring Sports foi desenvolvida no centro técnico da marca na Europa).
Para esse objetivo, a plataforma é nova, com mais qualidade. Trata-se da TNGA que conhecemos do SUV C-HR e do híbrido pioneiro Prius, a contribuir para um automóvel mais competente no capítulo dinâmico, oferecedor de superior envolvência na condução, sem penalizar o conforto. Desde logo, houve uma alteração profunda na arquitetura das suspensões, com mais evoluída estrutura multibraços, como fórmula para melhorar o equilíbrio da dinâmica entre conforto e eficácia, especialmente em curva, efetivando-se a restrição dos movimentos naturais da carroçaria ao mínimo possível sem prejuízo da comodidade dos ocupantes.
Na comparação com o modelo precedente, o chassis e a restante estrutura do Corolla apresenta incrementos de 60% na resistência à torção, que ajudam a compatibilizar a estabilidade e o conforto de rolamento que o veículo exibe. A suspensão absorve os ressaltos da estrada com eficácia que o antecessor não tinha, mas o maior destaque ao volante para a nova dimensão da qualidade, com progressos na sensação de suavidade ao tato, afinação cuidada do funcionamento dos diversos comandos e no criterioso trabalho de insonorização. E como todo este trabalho influencia positivamente a experiência de condução!
Renúncia ao Diesel
Na gama de motorizações, a par do revisto e atualizado 1.8 de 122 cv, inédito motor de 2.0 litros (combinado com unidade elétrica de 80 kW e 202 Nm, associado a bateria de hidretos de níquel metálicos), mais potente, com expressivos 180 cv, a merecer destaque pela forma como permite retirar o máximo proveito das melhoradas credenciais dinâmicas do modelo.
É motor impressionante, agradável, sempre disponível e silencioso, a beneficiar muito com a associação a nova caixa de velocidades Shiftmatic, com 6 relações programadas e com possibilidade de trocas de velocidade a partir de patilhas atrás do volante, que combina elementos das CVT e das automáticas convencionais, eficaz quando rolamos a velocidade cruzeiro, competente a baixa rotação, em aceleração ou nas retomas de velocidade, trabalhando de forma mais lesta e progressiva, e sem a sonoridade exagerada de outrora.
Média de consumo neste primeiro contacto: 5,8 l/100 km. Nada mal para compacto que cumpre 0 a 100 km/h em pouco mais de 7 segundos...
Menos exuberante nas prestações, o 1.8 (com uma nova bateria de iões de lítio no 5 portas e na Touring Sports, mantendo a de hidreto metálico de níquel no sedan) gasta mais 3 segundos para arrumar aquela medição de referência. É uma mecânica que se destaca antes pelo compromisso equilibrado entre consumos e prestações. Casa bem com o Corolla XII, que apesar do progresso enorme ao nível do feedback, com bancos ótimos e posição de condução que beneficia com assento e tablier mais baixos, permanece automóvel muito mais comprometido com o conforto de rolamento do que propriamente com a condução sobre carris e faca na liga.
O empurrão elétrico (53 kW e 163 Nm) aparece cedo e, em condução urbana, o Corolla 1.8 Hybrid consegue ser muito suave e agradável, notando-se também que consegue agora ter sempre uma resposta muito mais direta e imediata às instruções do condutor, cortesia de alguns ajustes específicos no software. E a existência de comutador para os modos de condução Eco, Normal e Sport, permite jogar com a eletrónica para, por exemplo, apimentar a condução.
Ao contrário, privilegiando-se os consumos (modo Eco), a média mantém-se facilmente na casa dos 4 l/100 km. Este 1.8 Hybrid é, numa primeira fase de lançamentos, a única motorização que estará disponível nas três carroçarias, Hatchback de 5 portas (desde 25.990 €), na carrinha Touring Sports (a partir de 27.994 €) e no Sedan (por 29.055 €, no nível Comfort).
A restante gama arruma-se da seguinte forma: no acesso, um motor a gasolina de 1,2 litros sobrealimentado, com preços que arrancam nos 21.299 €; o 2.0 Hybrid, no topo da gama, apenas estará disponível no hatchback e na carrinha, a partir do acabamento Square Collection, desde 33.609 €.