Masato Katsumata, engenheiro-chefe do novo Toyota Camry, iniciou a sua bem-disposta e dinâmica apresentação à imprensa da 8.ª geração da berlina com a frase proferida em 2014 pelo presidente da Toyota, Akio Toyoda, sobre os novos modelos da marca: «acabaram-se os carros aborrecidos!». Cinco anos depois, Katsumata reforçou com a «importância de criar automóveis atraentes para a próxima era [da Toyota]», explicando que o novo Camry foi desenvolvido «a partir de uma folha em branco» sobre a nova arquitetura global da Toyota (TNGA), com que o fabricante japonês pretende «estabelecer novo padrão de qualidade e sofisticação tecnológica» aos seus veículos. E concluiu com otimismo: «Estou convencido que, ao ver, sentir e conduzir o novo Camry, percebe-se que se trata de um carro diferente, que por certo trará sorrisos de satisfação aos seus futuros proprietários».
AUTO FOCO já viu ao vivo, sentiu, e conduziu, e ainda se colocou na condição esporádica de utilizador frequente da nova berlina, para avaliar se as palavras otimistas de Katsumata condizem com a realidade.
No mercado europeu, só estará disponível versão híbrida do Camry, com o novo 4 cilindros de 2,5 litros Hybrid com 218 cv no total, que integra avançadas tecnologias da Toyota, como o VVT-i Dual com VVT-iE (sistema inteligente de abertura variável de válvulas para motorizações híbridas) e D-4S (versão superior do motor a gasolina de injeção direta) para otimizar potência, minimizar emissões e favorecer a eficiência do consumo de combustível. Além disso, o conjunto híbrido utiliza a tecnologia Sequential Shiftmatic, que permite ao condutor fazer as passagens da caixa (do tipo de variação contínua) através do seletor na consola, imitando o funcionamento de uma caixa automática convencional de seis velocidades.
Gostámos da suavidade e resposta do sistema híbrido, capaz de acelerar o Camry sem esforço em todas as soliticações da condução. A troca de relações, sendo artificial, torna a experiência mais interativa.
Katsumoto insistiu bastante na dinâmica de condução, reivindicando-lhe méritos que advêm da nova carroçaria que assenta sobre a referida plataforma TNGA-K (variante maior da nova arquitetura, acima da TNGA-C). Classifica aquela estrutura de «leve e altamente rígida » que aliando-se ao baixo centro de gravidade do veículo e à nova arquitetura de suspensões (McPherson à frente e nova configuração de duplos triângulos sobrepostos atrás) asseguram «rigidez torsional superior que melhoram estabilidade, qualidade de rolamento, conforto e dinâmica». E confirma-se: o Camry cumpre os parâmetros de conforto exigíveis no segmento, sendo fácil de guiar e mostrando-se rápido a reagir em curva, benficiando ainda da nova direção rápida e precisa).
No interior, sólido e com materiais de boa qualidade, destacamos a versão mais recente do sistema multimedia Touch 2, com o ecrã de 7” na instrumentação, head-up display de 10” e monitor de 8” na consola central.