A eletrificação dos modelos da Mercedes-Benz é apadrinhada pela sigla EQ, cuja família se desdobrará (muito) em breve, sendo o SUV EQC o primeiro automóvel desse portefólio. Já o guiámos, por breves instantes, mas deu para entender a terrível capacidade de aceleração, instantânea e muito imediata, pressentindo-se a forma bem resolvida como o EQC se move, nada pesado (apesar das 2,5 toneladas) e bastante ágil, tendo em conta o tamanho e o próprio formato. Assim, sim!
A vertente dinâmica não foi deixada de lado, antes pelo contrário, e isto apesar de se tratar de um automóvel 100% elétrico/zero emissões, numa condução que se assemelha à da dos restantes topos de gama. Nada a opor!
A plataforma modular foi concebida de raiz (EVA), derivada do GLC, pelo que será utilizada noutras variantes, uma vez que cada gama da marca também adotará uma versão totalmente eletrificada. É o que afirma o construtor, num expansionismo que inclui o GLC fuel-cell até ao EQB (base do GLB) e EQS, por exemplo, adquirindo particular importância a resposta ao nível das infraestruturas, nomeadamente da rede pública de carga rápida (corrente contínua, DC), operadas através das ligações standard CCS (Europa/EUA) ou CHAdeMO.
O acesso às estações de 110 kW (da IONITY, por exemplo) permitirá ao EQC a recarga das baterias (de 80 kW) em 40 minutos (de 10% a 80%), sendo provável que o sistema opere mais tarde com cargas de maior potência, e até 350 kW, mas aí só para o Classe S (ou EQS).
As novas wallbox da Mercedes-Benz (22 kW) também permitem cargas mais rápidas ao domicílio (três vezes acima das de uma tomada doméstica normal; custo de 700 €, sem instalação), sendo ainda possível controlar várias funções através de um smartphone (dependendo da versão em causa).
Para o EQC existe a limitação do conversor de bordo (AC/DC), que permite cargas até 7,4 kW (AC), sendo provável que na próxima geração/restlying esse limite seja melhor. Para Luís Montez, engenheiro do Centro Técnico da Mercedes- Benz Portugal, «é lógico que isso suceda... », apontando depois ao pormenor a tecnologia do EQC, desde os componentes/cablagens de alta tensão, ao controlo da temperatura das baterias (por refrigeração líquida) até aos modos de regeneração e limites de carga, tendo em conta a longevidade e segurança desses acumuladores (Deutsche Accumotive). Mais tarde, esperar-se-á a hipótese de atualização remota do software, além da bidireccionalidade do sistema.
Nos ecrãs de bordo é possível averiguar o fluxo de energia, a indicação da autonomia (previsível) e a rede dos postos de carregamento disponíveis, através da navegação. É ainda possível projetar o itinerário e selecionar o modo poupança para esticar a autonomia da mecânica de 408 cv. Nos postos de carga rápida (de 50 kW a 110 kW), o abastecimento opera-se em cerca de 40 minutos, mas numa tomada convencional (2,3 kW), a ligação é, no mínimo, de 40 horas. Pois!