A novidade maior na atualização da gama Smart já era conhecida há algum tempo: a partir de agora, Smart, seja de dois ou de quatro lugares, só elétrico de ligar à tomada. Na apresentação internacional do renovado citadino, Daniel Lescow, gestor de produto da Smart, mostrou-se convicto nos benefícios da mudança de fundo no sistema de propulsão: «o Smart está mais Smart que nunca! A mudança para marca 100% elétrica representa também mudança para maior prazer de condução! A Smart sempre beneficiou de ser diferente e estou em crer que também será assim agora com esta estratégia elétrica de longo prazo». O responsável concluiu referindo que a «decisão tomada pela Smart de passar a vender apenas veículos elétricos a partir de 2020 é tão antiga quanto a própria marca».

No que toca ao sistema de propulsão, nenhuma novidade a assinalar, mantendo-se o motor de 60 kW/82 cv e 160 Nm de binário, com a Smart a reforçar, durante a apresentação, a ideia de que a aceleração de 0 a 60 km/h é de 4,8 segundos, ou seja, perfeitamente adaptada ao ambiente citadino. A bateria de iões de lítio, fornecida pela Deutsche Accumotive (subsidiária da Daimler), tem refrigeração a líquido e 17.6 kWh de capacidade, suficiente para uma autonomia entre 147 e 159 quilómetros em ciclo NEDC e 133 quilómetros em WLTP.
Tempos de carregamento da bateria: 10% e 80% em 40 minutos com carregador onboard opcional de 22 kW, sendo que, de série, o carregador é de 4.6 kW; em tomada doméstica de 230 V, a bateria carrega de 0 a 80% em cerca de seis horas, enquanto numa Wallbox de 7.2 kW, demora 3,5 horas. Refira-se, ainda, que o novo Smart está equipado com sistema de recuperação de energia cinética que utiliza um radar para reduzir a velocidade automaticamente atrás do veículo que segue à frente, recuperando assim o máximo de energia e, logo, aumentando a autonomia.
Esteticamente, os novos Smart mudaram pouco, mas há a assinalar a grelha dianteira redesenhada e a adoção da designação «smart» no capot em vez do logótipo. Redesenhados foram ainda os grupos óticos, tanto à frente como atrás, sendo que o Smart pode agora dispor de faróis Full LED (opção). Entre os modelos de dois e quatro lugares, há uma diferença na grelha; a do EQ fortwo é mais larga em cima, enquanto a do forfour é mais larga em baixo.
No habitáculo, há a realçar a utilização de novos revestimentos e o acréscimo de locais de arrumação de pequenos objetos, mantendo-se inalterados os índices de habitabilidade.
Muito em breve, o sistema de infoentretenimento será totalmente renovado, incluindo novo ecrã tátil de 8’’, e permitirá a integração de smartphones, oferecendo aos utilizadores idêntica experiência digital nos seus veículos, até porque será compatível com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto. A anunciada renovação tecnológica permitirá maior conectividade digital graças à aplicação «smart EQ Control», que disponibiliza diversas funcionalidades e informações sobre o estado do veículo (como o nível de carga da bateria), permitindo programar o carregamento eficiente, aquecer o interior de forma remota ou localizar onde o Smart está estacionado.
A nova estrutura do nível de equipamento é muito simples. O modelo base está disponível com três linhas de equipamento: passion, pulse e prime. Depois, os clientes escolhem um dos três packs de equipamento, Advanced, Premium ou Exclusive, e por fim, a cor preferida. Os preços para o Smart renovado começam nos 22.845 € do Smart EQ fortwo. O EQ forfour tem preço desde 23.745 €, enquanto o fortwo cabrio está disponível a partir de 26.395 €, isto na linha Passion. A seguinte linha, Pulse, soma 605 € aos valores referidos, enquanto o acabamento de topo, Prime, acresce 930 € às versões fortwo e 1290 € ao forfour.
Conduzimos as três variantes do Smart na apresentação internacional e confirmámos o que já sabíamos desde o lançamento da última geração: trata-se de automóvel amadurecido, oferecendo condução cómoda e segura, ainda que com ligações ao solo muito sensíveis ao mau piso.
Segundo os responsáveis da Smart, a ideia da propulsão elétrica é tão antiga quanto o citadino de dois lugares – que posteriormente se desdobrou em variante de quatro lugares. A autonomia anunciada (133 km em WLTP) está, segundo a marca, muito acima da média diária de quilómetros percorridos por um condutor europeu. As estatísticas valem o que valem... Consideramos que o Smart elétrico é uma solução interessante mas só para circuitos curtos.