Lexus chega mais tarde com automóvel elétrico em plataforma específica, mas foi delonga em que a marca de luxo da Toyota preparou uma inovação. No RZ,o volante é do tipo F1 e controla a direção por fio elétrico (by wire). Lançamento no início de 2023.
Tardou, mas a plataforma veio. Na Lexus, o primeiro automóvel elétrico com base específica, construída a partir do zero, para otimizar as vantagens desta tecnologia, é o RZ 450e, SUV com design em linha com os mais recentes produtos da marca de luxo do grupo Toyota, recorrendo-se de dois motores a debitarem totais 313 cv, alimentados por bateria com capacidade para armazenar energia suficiente para permitir ao veículo cerca de 400 km de autonomia.

Nada de especial, dir-se-ia, se a Lexus não tivesse aproveitado a demora para preparar algumas tecnologias inovadoras ou, no mínimo pouco convencionais, com que pretendeu otimizar o automóvel que chegará às estradas portuguesas no início de 2023. Desde logo, o sistema de direção que, em vez de uma ligação mecânica entre o volante e o mecanismo de direção, tem uma ligação by wire, ou seja, por fios elétricos.
O benefício é o de a desmultiplicação da direção, que é normal junto ao ponto intermédio do curso giratório do volante, torna-se muitíssimo direta no restante do mesmo, proporcionando um ângulo de viragem de tão-só 150 graus, o que significa menos de um quarto de volta para cada lado. Condução à imagem dos Fórmula 1, que requer volante com conceção semelhante ao destes monolugares de competição, cortado em baixo e em cima da sua circunferência. Tecnologia que eleva as expectativas para a condução do RZ 450e!

O SUV é construído sobre a plataforma e-TNGA, a base que o grupo Toyota desenvolveu para veículos exclusivamente elétricos alimentados por bateria e partilhada com o Toyota bZ4X e Subaru Solterra (este último sem comercialização no nosso país). A distância entre eixos do SUV da Lexus e da Toyota é idêntica (2,850 m), mas o RZ 450e é 1,5 cm mais baixo e 3,5 cm mais comprido. A habitabilidade é generosa e a capacidade da bagageira (ainda não anunciada), é ampla a olho nu e fonte da Lexus aponta para valores em redor de 550 litros.
O RZ 450e está disponível em versão com dois motores, um por eixo, que totalizam 313 cv – que fornecem 204 cv à frente e 109 cv atrás – e binário de 435 Nm. Rendimento que não é referência cimeira no segmento. Esta disposição das unidades mecânicas alimentadas a bateria garante ao SUV tração integral – cada uma aciona o eixo análogo – gerida por sistema otimizado de distribuição da força motriz (fá-lo por eixo e por cada roda), adaptando-se ao modo de condução e ao piso.

A alimentar os dois motores, uma bateria com 71,4 kWh de capacidade bruta que, segundo a Lexus, garante ao SUV mais de 400 quilómetros em ciclo de condução WLTP urbano. Conte-se, portanto, com uma ou duas dezenas menos em ciclo misto. Também a estimativa de autonomia está distante de ser referencial, mas o fabricante japonês defende-a como «mais do que suficiente». Idêntica justificação para a autonomia e igualmente para a velocidade máxima, limitada eletronicamente a 160 km/h. Contudo, nenhum espartilho às demais performances, com a tradicional aceleração 0-100 km/h em 5,6 segundos a revelar elasticidade que é sinónimo de agrado na condução. Neste ponto, menos dúvidas do que as levantam o funcionamento da direção e do volante especiais.
O ecrã central de amplas dimensões (14”), aceitando ainda comandos por voz diretos através de expressão de chamamento ‘Hey Lexus’. Em opção, outra estreia: teto panorâmico que escurece para proteger o habitáculo das radiações de infravermelhos e do excesso de temperatura. O RZ 450e inova noutras tecnologias, como o opcional aquecimento do habitáculo por piso radiante, o que de acordo com o fabricante é 80% mais eficiente, sob o ponto de vista energético, comparativamente aos sistemas normais. De série, pacote de segurança ativa Lexus Safety Assist.
Se há automóveis que geram especial expectativa para a sua condução, o Lexus RZ 450e é um destes. O SUV, o primeiro modelo da marca de luxo da Toyota com plataforma específica para veículos elétricos, não entusiasma tanto pela potência e a autonomia, mas muitíssimo pela inovadora direção por fio elétrico e volante tipo F1.