Na Nissan, após o Leaf que foi verdadeira pedrada no charco na mobilidade elétrica, pausa (grande...) na eletrificação da gama. Que agora ganha novo impulso com esta inédita versão híbrida de 143 cv do Juke, tecnologia eficiente que vai desbravar caminho para a eletrificação total da marca.
Desde 2010, quando a Nissan deu a conhecer o primeiro Juke – que teve o dom de despertar todas as outras marcas para o segmento dos pequenos SUV – que o SUV subcompacto espalha charme e irreverência. Qualidades perpetuadas na atual geração, de 2019, que agora tem o condão de se tornar estreante na oferta de motorização híbrida, bem mais eficiente e rápida (mas também mais cara) face à única opção até agora existente, a cargo do motor 1.0 turbo de 114 cv.

Para animar o Juke Hybrid, a Nissan recorre ao conjunto técnico já conhecido no seio da Aliança Renault/Nissan e que também equipa as versões híbridas auto recarregáveis E-Tech Hybrid de Clio, Captur e Arkana. Na base está uma eficiente mecânica 1.6 atmosférica a gasolina de 4 cilindros que trabalha em sintonia com um motor elétrico propulsor e outra máquina elétrica geradora, conjunto apadrinhado pela caixa de velocidade multimodo de relações várias e arquitetura técnica inspirada na F1. Ao todo, o conjunto rende uma potência máxima de 143 cv, sem que a marca divulgue o valor de binário máximo combinado, apenas o unitário.
Este esquema híbrido série/paralelo, muito focado na eficiência e otimização dos consumos, permite uma condução urbana quase sempre com a mecânica térmica desligada, possível de acontecer até cerca de 80% do tempo de utilização, tal como podemos comprovar neste primeiro contacto dinâmico. O Juke Hybrid arranca sempre em modo de propulsão elétrica, embora o motor térmico possa ser acionado nos primeiros instantes, mas apenas para ganhar temperatura ou para regenerar energia a acumular na pequena bateria de 1,2 kWh de capacidade, alojada sob o piso da mala – de referir que o compartimento de carga perde 68 litros para o Juke 1.0 a gasolina, ficando este Hybrid com um valor base de 354 litros.

A versão Hybrid conta com alguns elementos distintos, como o potenciómetro que surge no lugar do conta-rotações no painel de instrumentos, e onde foi acrescentado ao computador de bordo um esquema alusivo aos fluxos energéticos e indicadores dos momentos de auto recarregamento da bateria e de assistência da mesma ao motor a gasolina. O condutor tem ainda à sua disposição a função ‘EV’, em botão colocado na consola entre as saídas de climatização centrais, que permite forçar a propulsão em modo elétrico, até aos 55 km/h, assim a carga existente na bateria o permita.
Perto da alavanca da caixa de velocidades fica o seletor dos modos de condução (Eco, Normal e Sport) que além de interferirem no esforço da direção e na sensibilidade de resposta ao acelerador influenciam a capacidade regenerativa. Esta, por sua vez, e à semelhança do que a Nissan já deu a conhecer no Leaf, pode ser ajustada por intermédio da função ‘e-Pedal’. No Juke Hybrid a atuação é bem mais serena e menos impactante no efeito travão-motor que resulta do simples levantar do pé do acelerador, além de que obriga a pressionar o pedal de travão para imobilizar totalmente o Juke, uma vez que a função ‘e-Pedal’ só o desacelera até aos 5 km/h.

A condução do Juke Hybrid sobressai pela serenidade da atuação mecânica, com o conjunto motores/caixa perfeitamente orientado para atuação fluida e simplificada em todos os cenários de atuação, seja dentro ou fora das cidades. No final deste primeiro contacto dinâmico, registámos consumo médio de 5,4 l/100 km, valor próximo ao anunciado, mas que carece de confirmação em tempos mais alargados de ação.
O primeiro híbrido do Juke representa mais um passo da Nissan rumo à eletrificação total. Além da gama com preços entre os 32.700 e os 35.100 € (valores sem campanhas), estarão ainda disponíveis 135 unidades da série Premiere Edition, com distintos elementos decorativos e de personalização que se juntam a outros detalhes também já exclusivos do Juke Hybrid, caso das jantes aerodinâmicas, faixa preta no topo da grelha frontal ou até um novo e otimizado defletor traseiro.