Honda Jazz Crosstar Hybrid

Concerto de Jazz (melhor) afinado

TESTE

Por Paulo Sérgio Cardoso 28-07-2023 07:00

Fotos: Gonçalo Martins

Em 2020, a Honda aproveitou o lançamento da atual geração Jazz para somar uma carroçaria de ares mais versáteis, ao melhor estilo crossover. Assim nasceu o Crosstar que, tal como a restante gama Jazz, recebeu alterações estéticas e novidades na mecânica híbrida.

Proteções plásticas em torno das cavas das rodas e na zona inferior das portas, barras no tejadilho e para-choques mais volumosos como que chegam para conferir ao Crosstar aquele aspeto de automóvel mais apto e robusto para subir passeios ou enfrentar os pisos mal tratados das ruas das cidades. O certo é que Jazz e Jazz e Crosstar partilham amortecedores… O que muda é mesmo e só a imagem!

Imagem que a Honda retocou nesta atualização geral da gama de modelo reconhecido pelas características de versatilidade e eficiência da mecânica híbrida. O retocado Crosstar conta com distinta grelha frontal agora com efeito favo de mel e novos acabamentos em cinza a decorar a zona central inferior dos para-choques, seja à frente ou atrás. Visualmente mais evidente é a aplicação da sigla Crosstar, em grande, na tampa da mala. O tejadilho, pintado em cor cinza contraste, ajuda a compor o visual arraçado de SUV, mesmo que na base esteja uma carroçaria de 4 metros, de proporções esticadas, mais ao estilo de um pequeno monovolume. As jantes são pretas de 16’’, uma medida acima do Jazz normal e a ficarem com a responsabilidade de elevar, ligeiramente (10 mm), a altura da carroçaria ao solo…

Motorização híbrida otimizada

Um dos pontos altos desta atualização do Jazz é a otimização da mecânica híbrida autorrecarregável da família e:HEV. Mantendo o eficiente bloco 4 cilindros de 1.5 litros de capacidade, as melhorias introduzidas permitiram ganho de 9 cv na potência (para um agora total de 107 cv), com esta mecânica a trabalhar em parceria com motor elétrico de 122 cv, também este alvo de mexidas que fizeram a potência pular 14 cv. E são precisamente esses 122 cv que a Honda anuncia como potência máxima para os agora Jazz/Crosstar – para os modelos híbridos, a marca nipónica comunica sempre a potência do motor elétrico como o valor máximo do conjunto híbrido.

A acompanhar o upgrade mecânico híbrido está uma também atualizada gestão eletrónica para a transmissão do tipo CVT (variação contínua), agora com preocupações em transmitir superior serenidade de ação em condução quotidiana. E qual o resultado?

Na verdade… pouco. O Jazz Crosstar ficou mais fluído e suave a responder ao acelerador, mas apenas numa condução do dia-a-dia. A excelente gestão do módulo híbrido foca-se no aproveitamento da carga armazenada na bateria de iões de lítio (colocada na zona traseira do habitáculo), fazendo com que a movimentação do Jazz seja maioritariamente realizada em modo elétrico, mantendo o bloco a gasolina desligado, mesmo não existindo botão que force a ação só em modo elétrico. O condutor apenas pode ativar modo de condução mais regrado (função Eco) ou forçar a intensidade da travagem regenerativa (efeito travão-motor) através de função extra da transmissão.

Cruzando o perfil de serenidade inerente a este conjunto mecânico híbrido com a posição de condução elevada e ampla visibilidade para os quatro cantos do automóvel, o Jazz continua a ser exemplo de facilidade de condução nas cidades, com resposta pronta e suave por parte da mecânica elétrica. Quando chamado a intervir, o motor a gasolina perpetua essa postura, mal se sentindo o liga-desliga do mesmo. Como em todos os híbridos que surgem ligados a transmissão CVT, o Jazz perde encanto nas acelerações mais fortes e na utilização em autoestrada acima dos limites de velocidade: não só a subida de rotação se transforma em ruído incómodo, como o aumento da velocidade depois dos 120 km/h é realmente mais… calmo, mesmo perante o anunciado aumento da potência. O ruído de rolamento também é algo elevado.

 

Apetite de passarinho

Seja pelo formato da carroçaria, afinação (branda) das ligações ao solo, direção desmultiplicada e nada comunicativa e inerente mecânica híbrida, a Honda não fez o Jazz para ser rápido ou desportivo. Mas fora desses âmbitos, é um dos mais competentes utilitários do mercado, com ampla abertura das portas (laterais e bagageira) a facilitar os acessos, bancos posicionados em plano perfeito em relação à estrada, imensidão de espaço no banco traseiro, ótima sensação de largueza interior, mala a rondar os 300 litros e, claro, a solução de ‘Bancos Mágicos’ para o rebatimento do banco traseiro: na proporção 60:40, é possível dobrar a estrutura inferior e dobrar/elevar o assento, libertando muito espaço em altura entre o piso e o teto do veículo. Rebatendo os bancos na totalidade, obtém-se fundo plano e excelente área de carga, tal como nos monovolumes.

Custando mais de 30 mil euros, o Honda Jazz Crosstar não é uma solução propriamente acessível face ao segmento, embora parte desse investimento possa ser recuperado ao longo dos tempos através dos reduzidos custos com combustível, em que as médias reais de utilização quotidiana ficam facilmente abaixo da fasquia dos 5 l/100 km – no nosso teste, depois de mais de 300 km realizados, a média fixou-se nos 4,6 l/100 km, uma melhoria face ao modelo anterior.

Para tentar compensar os 32.500 € pedidos pelo Jazz Crosstar (quase 10 mil euros vão diretos para os cofres do Estado…), a Honda oferece completo rol de equipamento, com destaque para os revestimentos em tecido e pele dos bancos (sendo os dianteiros aquecidos), climatização automática, sensores de estacionamento à frente e atrás complementados pela ajuda de câmara traseira, faróis LED, acesso ‘Mãos-Livres’ e sistema multimédia em monitor central tátil de 9’’ incluindo sistema de navegação e compatibilidade com Apple CarPlay e Android Auto. A que se somam vastas ajudas à condução

Sempre importante: o Honda Jazz Crosstar está coberto por garantia geral de 5 anos sem limite de km.

Preço (julho 2023):

Honda Jazz Crosstar 1.5 Hybrid - 32.500 €

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