Mesmo estando a VW em plena ofensiva de alargamento da gama interna de SUV, o T-Cross, o mais recente e pequeno de todos eles, não deixa de surgir tarde num mercado já por demais povoado de SUV utilitários. Incluindo o primo Seat Arona, há algum tempo nestas lides, ou ainda o Renault Captur, Hyundai Kauai, Citroën C3 Aircross ou tantos outros.
O certo é que a força da imagem de marca da VW ajudará a impulsionar o pequeno T-Cross, SUV de 4,1 metros que nasce sob uma das derivações da plataforma MQB, desenvolvido sobre a base do Polo e também produzido na fábrica espanhola de Pamplona.
O T-Cross surge como um modelo à escala global/mundial e, também por isso, não apresenta a qualidade geral conhecida do Polo, nomeadamente os plásticos (todos duros) que revestem o tablier e algumas zonas de toque imediato, caso das pegas interiores das portas, que rapidamente irão apresentar sinais de desgaste. Igualmente em falta estão as pegas interiores no tejadilho.
À parte o aspeto plastificado, o T-Cross surge com habitáculo bem espaçoso, à medida do que deve ser exigido a um SUV de aptidões urbanas, facilitando entradas e saídas do habitáculo (extensíveis à colocação de cadeiras para crianças), com a vantagem acrescida do banco traseiro estar em plano mais elevado face aos dianteiros, alargando a visibilidade a quem aí se sentar. O banco traseiro tem ainda o condão de acrescentar ao rebatimento 60/40 a capacidade de deslizar, por inteiro, ao longo de 14 cm, o que permite melhor organizar entre espaço para pernas ou para a mala. Esta tem capacidade base de 385 litros e que, com o banco para a frente, pode chegar aos 455. Rebatendo-se as costas, 1281 litros e 2,3 metros até ao tablier com o rebater das costas do banco do passageiro.
O banco do condutor tem ampla regulação em altura, embora o volante fique sempre um pouco inclinado. As noções ergonómicas são corretas, caso da colocação do comando da caixa em posição elevada ou o monitor tátil (de 6,5’’) do completo sistema de infoentretenimento na consola central, este com ótima resolução gráfica. Os elementos de conectividade surgem em força, caso da possibilidade de carregamento de telemóvel de forma indutiva e a oferta, de série, do VW Connect, com diversas aplicações para interação via smartphone, qual assistente pessoal da viatura.
Rica é também a oferta de personalização estética ou tecnológica. É possível dotar o T-Cross do Pacote Design Laranja (730 €), que inclui decoração do tablier, capas dos retrovisores e jantes em liga leve dessa cor; ou ainda somar o sistema de navegação com vista 3D, câmaras 360º de ajuda ao parqueamento, sistema de som Beats de 300W, acesso e arranque do tipo Mãos-Livres, assistente de máximos, etc.
Em Portugal, a gama será articulada entre as variantes de 95 e 115 cv do motor 1.0 TSI (3 cilindros, turbo, a gasolina) e três níveis de equipamento (Base, Life e Style), estando o primeiro reservado à motorização de acesso e o último só para a mais potente. O nível de equipamento intermédio (comum às duas, orçando em 21.131 € e 22.264 €) destaca-se pela oferta de cruise control adaptativo, volante multifunções, jantes em liga de 16’’, caixa de arrumação, sensores de luz e chuva, elementos que se juntam ao ar condicionado manual, computador de bordo, Bluetooth, Front Assist e Line Assist da versão base. No Style, faróis LED, navegação, câmara traseira, jantes de 17’’ e climatização automática.
A variante de 95 cv está associada à caixa manual de 5 velocidades (6 relações com 115 cv e opção pela caixa automática DSG, por 1595 €). As unidades a gasolina que conduzimos neste primeiro contacto dinâmico dão bem conta do recado, incluindo a mais fraca, de 95 cv. Em ambos os casos, as relações de caixa surgem bem escalonadas, mas os 115 cv acabam por resultar, de forma clara, em solução mais equilibrada. Não só pela superior disponibilidade, mas também pela suavidade extra nos arranques e superior estanquecidade auditiva da mecânica, em aceleração. Tudo isto sem que tivéssemos notado grandes variações dos consumos médios, que igualaram os valores anunciados.
As ligações ao solo apresentam a solidez habitual na marca, sem ruídos, a par de conforto bem definido e comodidade acima da maioria dos utilitários, sendo este um dos ganhos do formato SUV face, por exemplo, ao Polo.