A Kia não vira a cara à luta no disputadíssimo segmento médio-inferior, assumindo a aposta na (des)multiplicação da gama Ceed, para já em linha de quatro variantes: berlina de 5 portas, carrinha (SW), shooting brake (ProCeed) e, agora, o crossover urbano da moda, com acrescido potencial de conquista.
Segundo o emblema asiático, a gama Ceed representará qualquer coisa como 25% do total de vendas da marca no Velho Continente. Daqui para a frente, metade deste volume enorme serão XCeed. Dá uma ideia da importância deste reforço, bem como das elevadas expectativas em torno da performance comercial de modelo muitíssimo bem nascido.
O XCeed mistura linhas de SUV e de coupé, formato que a Kia batizou de CUV (Crossover Utility Vehicle), para sublinhar o posicionamento... à parte. O compacto tem linha de cintura baixa e posição de condução mais desportiva do que a que se encontra habitualmente num SUV tradicional, enquanto a maior altura ao solo permite uma visibilidade desimpedida para o exterior, mais do que num hatchback convencional. Mistura que agrada...
Depois, apesar da estampa até maneirinha, quando comparado com Nissan Qashqai & Cia., o novo CUV não compromete no essencial: habitabilidade e capacidade de carga. O compartimento de bagagens oferece 426 litros, 31 litros acima do Ceed e apenas ligeiramente inferior à volumetria da mala do modelo que é referência na categoria. Com os bancos traseiros rebatidos (na proporção 40:20:40), a capacidade de carga aumenta para os 1378 litros.
Cereja no topo do bolo: uma promessa. «O design desportivo e o comportamento do Kia XCeed fazem dele um produto mais desejável do que muitos SUV mais altos e mais largos», assegurou-nos Emilio Herrera, diretor da Kia Motors Europe. E as primeiras provas de condução, no sul de França, foram oportunidade privilegiada para confirmar que as palavras do responsável não eram só isso... Primeiro, ao volante de versão equipada com o motor a gasolina 1.4 T-GDI de 140 cv, com caixa manual de seis velocidades. Bom motor, que se conduz com a caixa, retirando ainda todo o potencial de 242 Nm disponíveis logo às 1500 rpm. Embora não deva competir com o previsto best-seller, o 1.0 T-GDI de 120 cv que servirá de acesso à gama, quase 5 mil euros mais barato, este 1.4 convence plenamente.
No rescaldo deste primeiro contacto em estrada, o maior elogio vai mesmo para o compromisso na dinâmica do CUV coreano, equilibrado entre eficácia e conforto de rolamento. Mesmo mudando-se muito as proporções exteriores, para se conseguir este formato de SUV com tejadilho ao estilo coupé, a posição de condução é apenas 37 mm mais alta do que na berlina que lhe serve de base. Depois, através de trabalho cirúrgico na afinação de molas (rigidez suavizada em 7% à frente e 4% atrás) e amortecedores (de batentes hidráulicos), direção e eletrónica, a Kia procurou outros níveis de agilidade e eficácia. É evidente a desenvoltura deste automóvel estruturalmente equilibrado e com amortecimento bem afinado entre a capacidade de restrição das oscilações da carroçaria em curva e a de absorção das irregularidades do piso.
Os quilómetros ao volante do Diesel 1.6 CRDi permitiram confirmar outro tipo de credenciais. O motor mal se ouve a trabalhar, seja ao ralenti seja em aceleração. Vibrações também quase não existem e todos os comandos afetos à condução têm tato oleado e são bastante fáceis de manusear.
O interior é inspirado na família Ceed, com destaque para a consola central mais inclinada para o lado do condutor. Para a gama que estará em outubro, haverá 2 níveis de equipamento em Portugal: Drive e Tech, este último mais completo, integrando, por exemplo, o sistema de navegação e o novo ecrã tátil de 10,25’’ ao centro do painel de bordo.
Outra novidade essencial (estreia absoluta no construtor) é o painel de instrumentação digital colocado à frente do volante (de 12,3’’), denominado por Supervision e com mostradores de elevada definição, segundo a marca.
Tal como nos restantes Ceed da gama, na lista de equipamentos do X existem inúmeros dispositivos de ajuda eletrónica à condução (ângulo morto, aviso de colisão e manutenção de faixa, cruise- -control ativo, etc..), além do atrativo programa de 7 anos de garantia, que é dos mais extensos do mercado