A versão de topo do Supra, com mecânica de 6 cilindros, 3 litros e 340 cv, recebe caixa manual de 6 velocidades ‘exigida’ por muitos proprietários. Esta transmissão nova, desenvolvida ‘à medida’ pela Toyota, valoriza ainda mais a experiência de condução de um desportivo excitante. Ao volante...
O nome Supra ressurgiu na gama da Toyota em 2019, na geração 5 do automóvel mais desportivo do fabricante nipónico que estreou família de máquinas exclusivas com certificado de qualidade da Gazoo Racing. A marca, recorde-se, desenvolveu-a em colaboração com a BMW, o que explica a partilha tão numerosa de componentes, nomeadamente órgãos mecânicos, com o Z4. Também não por acaso, os dois modelos são produzidos em Graz, na Áustria, pela Magna Steyr. Originalmente, no catálogo, somente uma mecânica de origem alemã, com 6 cilindros em linha, 3 litros e 340 cv assistida por caixa automática de 8 velocidades. Depois, introdução do motor de 4 cilindros, 2 litros e 258 cv apoiado pela mesma transmissão.

Os construtores, confrontados com a exigência de mais eficiência – leia-se menos consumos e gases de escape –, aceleraram a eletrificação do automóvel e, na Europa, o recurso a geração nova de tecnologias implicou, também, transição rápida das caixas manuais para as automáticas. As segundas simplificam o cumprimento das regras de proteção ambiental, por disporem de comandos eletrónicos que admitem programação à medida. Mas, nos desportivos, sobretudo entre os fãs do purismo da condução, fórmula desinteressante... A Toyota, reconhece-o agora, recebeu pedidos para as primeiras logo depois do lançamento do Supra e, por isso, trabalhou no desenvolvimento da alternativa...
No Supra, a introdução da caixa manual obrigou a modificações no cockpit: mudaram a apresentação e a arrumação dos comandos na consola entre os bancos dianteiros. Assim, o manuseamento do seletor da transmissão com 6 velocidades nunca belisca a facilidade de condução. Mais: recorrendo à eletrónica, Toyota e Gazoo Racing investiram no desenvolvimento de mecanismo inteligente (iMT) que adapta o regime da mecânica, automaticamente, à relação que engrenamos, o que evita quaisquer tipos de colisões com o ciclo regular de carga do motor, como as rotações a mais ou a menos.

O controlo do hardware pelo software desativa-se, selecionando-se o modo Sport, mas a ação soma complexidade à condução e penaliza a eficácia e a eficiência. O sistema específico da Toyota exigiu até o desenvolvimento de embraiagem nova, devido à potência e ao binário do motor de 3 litros. Caracteriza-se pela rapidez e precisão de seletor com punho mais pesado que o do caixa automática, o que beneficia a experiência sensorial, por garantir tato mais analógico ao Supra. A transmissão manual equipa só a versão de topo (340 cv), que acelera de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos. Já a velocidade máxima mantém-se limitada aos 250 km/h. A versão eliminada da gama nacional cumpria o mesmo arranque em 4,3 s.
Gazoo Racing e Toyota, com a caixa manual, melhoraram as qualidades desportivas de automóvel com carácter. A intervenção, que também beneficiou o Supra com motor de 4 cilindros e 2 litros, que mantém o sistema automático de 8 velocidades com função manual ativada de forma sequencial em patilhas no volante, estendeu-se ao chassis, com suspensão e travões na linha da frente do plano de ação, com o objetivo de melhorar máquina com dinâmica e performances excitantes. Somam-lhe a redução do peso em 40 kg (beneficia a agilidade) e a recalibragem da direção e dos controlos de estabilidade e tração.