BMW Série 2 Active Tourer

Resistente

Apresentação

Por José Caetano 09-10-2022 18:00

Os SUV, muito mais rápida do que lentamente, ‘devoraram’ os MPV, mas Munique insiste no formato com geração nova do monovolume compacto, que não tem qualquer variante de 7 lugares (Gran Tourer tem saída de cena programada para o final de 2022, por ausência de procura). Primeiras impressões do Série 2 Active Tourer já à venda no mercado nacional.

O Série 2 Active Tourer original, anunciado em 2012 por protótipo com o nome do monovolume produzido a partir de 2014, rompeu com muitas tradições na BMW, desde logo por basear-se numa plataforma de tração dianteira, arquitetura que facilita(va) a otimização do espaço a bordo, qualidade importante num monovolume. Pouco depois, os alemães apresentaram variante Gran Tourer, que tinha a particularidade de dispor de mais 110 mm entre eixos e, assim, contar com 3.ª fila de bancos e 2 lugares suplementares. E o fabricante de Munique ganhou automóvel capaz de rivalizar com o Classe B no catálogo da Mercedes-Benz desde 2005.

A BMW, nos quase 8 anos de carreira comercial do modelo, produziu mais de 400.000 Active Tourer, mas o Série 2 introduzido na Europa no outono de 2014 encontrava-se a perder fôlego, com a migração (massiva) dos fãs do formato para os Sport Utility Vehicles (SUV), facto que explica, por exemplo, a não inclusão da variante maior na geração nova do MPV – em 2021, no Velho Continente, venderam-se somente 242.347 monovolumes, menos 35,1% do que em 2020 e 65,2% do que em 2019; o Classe B posicionou-se entre os três carros mais populares; já os SUV conseguiram uma quota-recorde de 45,5%, comercializando-se cerca de 2,34 milhões (considerando somente os modelos concorrentes na categoria dos compactos!).

A produção do Série 2 Active Tourer que a BMW apresenta como automóvel novo, por assentar numa variante otimizada da base do antecessor (UKL2), iniciou-se em novembro de 2021, em Leip- zig, na Alemanha. Estes desenvolvimentos aumentaram as dimensões do monovolume compacto (30 mm em comprimento, 25 mm em largura e 20 mm em altura) e o potencial de eletrificação de automóvel que contará com duas versões híbridas, ambas com sistemas de carregamento externo das baterias (Plug-In), a partir do verão (ver caixa).

Até lá, monovolume com 4,39 m e 5 lugares à venda nas versões 218i, 220i e 218d. No topo da gama, mecânica  a gasolina eletrificada (rede de 48V e máquina com 19 cv/14 kW e 55 Nm). Esta tecnologia híbrida, estreante nos compactos da BMW, contribui para a diminuição de consumos e gases de escape, missão que cumpre por admitir, por exemplo, o movimento do automóvel por inércia, com o motor térmico desligado, ainda que só em distâncias reduzidas e durante períodos de tempo limitados. Em paralelo, melhora a atuação do Start/Stop, tornando-o mais silencioso e suave, e não compro- mete as performances. Já o posicionamento da bateria com 0,96 kWh de capacidade perturba o volume da bagageira, reduzindo-o quer na configuração normal do compartimento, quer com os encostos posteriores rebatidos. Nos três Active Tourer, caixa automática de 7 velocidades e tração dianteira.

Modernizado de A a Z

Tratando-se de produto novo, o Série 2 Active Tourer diferencia-se muito do antecessor. Visualmente, ao crescimento das dimensões exteriores (e interiores), o modelo nos concessionários da BMW apresenta uma mão cheia de elementos com desenho diferenciado e diferenciador, como a grelha de maiores dimensões, os puxadores embutidos nas portas e as luzes traseiras mais pequenas e posicionadas na horizontal. Nota-se, ainda, o aumento da inclinação dos pilares dianteiros da carroçaria, o que beneficia a con- dução e o conforto a bordo, devido ao progresso na visibilidade.

No interior, (ainda) mais novidades. No painel de bordo, redesenhado, encontramos os monitores digitais curvos que a BMW estreou, muito recentemente, nos elétricos iX e i4; o da instrumentação tem 10,25’’ e o do sistema multimédia 10,7’’ (Live Cockpit Plus de série). O segundo funciona de forma tátil e vocal, mas não dispõe de controlo manual rotativo, por contar com o software mais moderno da marca, o iDrive 8, com conectividade 5G, atualizações remotas, função de navegação com realidade aumentada, assistente pessoal inteligente, etc. Esta mudança reduziu o número de comandos físicos, por privilegiar o minimalismo, mas a seleção centralizada de programas, incluindo da climatização, não representa, obrigatoriamente, uma mais-valia em termos ergonómicos. Um apontamento para confirmarmos num primeiro teste...

Na conceção da geração nova do monovolume compacto, os alemães, explorando o aumento das dimensões, empenharam-se na maximização do espaço a bordo, outra missão cumprida com êxito. Os passageiros instalados nos bancos posteriores, por exemplo, desfrutam de mais centímetros em comprimento, altura e largura. A posição de condução sobrelevada é habitual nos MPV.

A BMW melhorou, ainda, as assistências eletrónicas à condução. Na lista de equipamentos de série, regulador de velocidade com travagem automática, sistema de imobilização de emergência em cidade, a baixa velocidade – esta tecnologia reconhece ciclistas, peões e o trânsito que circula no sentido contrário. O Active Tourer novo também tem câmara traseira ou assistente de parqueamento. Entre os sistemas opcionais, alerta de saída involuntária de faixa de rodagem, Head-Up Display, Surround View, Drive Recorder e Remote Theft Recorder. Os pacotes Luxury Line e M Sport disponíveis para o monovolume compacto novo determinam tanto o acabamento interior como a imagem exterior.

Por fim, entre os opcionais, suspensão M com amortecedores controlados eletronicamente e molas que baixam em 15 mm a altura da carroçaria ao solo e direção desportiva (menos desmultiplicada) para reconfiguração do chassis.

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