É o substituto do Kadjar, SUV com carreira comercial muito discreta no mercado europeu, e o 3.º automóvel do programa planeado pela marca do losango para (re)posicionar-se no topo do segmento C – mais cinco novidades até 2025! Disponível no mercado nacional apenas a partir de setembro, com mecânicas térmicas a gasolina e versões híbridas.
A Renault, em 2021, regressou aos resultados positivos, com lucro de 1000 milhões de euros! Estes números, depois de dois anos de perdas, surpreenderam a generalidade dos analistas e testemunham o êxito do programa implementado pelo italiano Luca de Meo, diretor do consórcio desde o verão de 2020. O plano chama-se «Renaulution» e, aos investimentos massivos na eletrificação, soma a ambição de (re)posicionar a mar- ca do losango no topo do segmento médio-inferior (C). Esta estratégia percebe-se facilmente: a categoria, no ano passado, representou 42,6% das matrículas de carros novos no mercado europeu; e 24,6% tinham o formato da moda na indústria (Sport Utility Vehicle).

Igualmente sem surpresa, no ambicioso plano de ação, elétricos, compactos e SUV dominantes entre os 7 automóveis novos até 2025. O primeiro conheceu-se durante 2021 (Arkana) e inscreveu-se na categoria-alvo, superando quase de imediato as vendas do Kadjar lançado pela Renault no Velho Continente em 2015. Durante o ano passado, venderam-se 41.728 unidades do primeiro e só 33.175 do segundo, números muitíssimo abaixo dos do top-3 na região: Hyundai Tucson (149.170), Peugeot 3008 (140.015) e VW Tiguan (133.558). A introdução e o sucesso do Austral, percebe-se, são fundamentais para a concretização dos objetivos (ambiciosos!) de Luca de Meo e da marca francesa – e, no segmento C, é preciso sublinhá-lo, margens de lucro maiores do que no B (Clio, Captur & Cia.).
Connected Cockpit
O Austral não herda (quase) nada do Kadjar, com o primeiro a substituir o segundo nas linhas de montagem da fábrica de Palencia, Espanha. O SUV novo tem como base uma plataforma moderna (CFM-CD), que a Nissan estreou na geração 3 do Qashqai (2021) – a Aliança planeia utilizá-la em mais de 3 milhões de automóveis em 2025! E a mudança de arquitetura técnica tem impacto nas dimensões: o comprimento aumenta para 4,51 m, a largura para 1,84 m, a altura para 1,62 m e a distância entre eixos para 2,67 m. E a altura ao solo é de 170 mm.

A Renault, também sem surpresa, considerando que o Austral é maior do que o Kadjar, anuncia progresso na habitabilidade, sobre- tudo nos lugares traseiros, que beneficiam do facto de os bancos admitirem regulação longitudinal (até 16 cm), ação com impacto na bagageira, que tem 575 litros de capacidade. O SUV novo fabricar-se-á só com motores térmicos e motorizações híbridas, para a não canibalização das vendas do Mégane E-TECH Electric que tem, também, lançamento em Portugal programado para setembro.
A apresentação do interior aproxima-se da do Mégane E-TECH Electric, com o painel de bordo em destaque, por contar com dois monitores digitais: o que substitui a instrumentação tradicional tem 12,3’’, o do dispositivo multimédia, com 12’’, apresenta-se posicionado verticalmente, admite controlos táteis e vocais, e permite o acesso aos serviços conectados Google. Para complemento do Connected Cockpit, este SUV tem Head-Up Display (9,3’’).

Para o Austral, até 32 assistências eletrónicas à condução (combinadas num pacote batizado como ADAS) e nível de equipamento novo: o Esprit Alpine substitui o RS Line, decisão normal, depois do desmantelamento da divisão Renault Sport, no fim de 2021, e torna a imagem do SUV mais desportiva.
E-TECH Hybrid
Finalmente, também no capítulo mecânico, o Austral introduz novidades na Renault. A marca francesa, no SUV novo, estreia motor de 3 cilindros e 1,2 litros com sistema elétrico de 48V. Esta unidade com 130 cv é-nos apresentada como alternativa aos Diesel, que estão em perda rápida de popularidade no continente europeu, facto que explica a não inclusão da tecnologia na gama. O automóvel encontra-se ainda em processo de homologação, mas anunciam-se 5,3 l/100 km para o consumo médio (e 123 g/km para as emissões de CO2).

Este moderno 1.2 a gasolina também equipa o sistema E-TECH Hybrid, que será proposto com dois níveis de potência: 160 cv e 200 cv (em qualquer dos casos, o compromisso é de 4,6 l/100 km e 105 g/km de CO2). A caixa automática tem 7 velocidades e, garante-o a Renault, 80% da condução em cidade faz-se em modo elétrico! Em Portugal, vender-se-á só a variante mais potente. Não foram anunciados planos para a produção de qualquer versão híbrida com tecnologia Plug-In para carregamento externo da bateria. No Peugeot 3008, os PHEV representam mais de 30% das vendas em muitos mercados europeus...
Finalmente, na base da gama, encontra-se o motor 1.3 com sistema elétrico de 12V estreado pela Renault no Arkana. Esta mecânica também tem duas variantes: 140 cv e 160 cv. A caixa manual está disponível apenas em combinação com a menos potente. Entre os equipamentos opcionais, 3.ª geração do sistema de quatro rodas direcionais (4Control Advanced). O Kadjar tinha versões 4x4, mas o sucessor fabrica-se somente com tração dianteira.