Desde que surgiu em 2015 como reforço da gama Hyundai (na altura, para o lugar do ix35), o Tucson tem espalhado charme por esta Europa fora, com as 390 mil unidades entregues a clientes dele fazendo o SUV bestseller da marca coreana.
Depois do verão, talvez até só em outubro (a entrada em vigor das novas normas de homologação para consumos e emissões poluentes, em setembro, esbarram no modelo da fiscalidade portuguesa, pelo que o importador ainda não arrisca definições de preço final...), o Tucson irá surgir de imagem refrescada, com tiques de personalidade herdados do mais pequeno e moderno Kauai, seja no exterior como, principalmente, no habitáculo. Os novos para-choques, portão da bagageira, desenho da grelha dianteira e grupos óticos (com tecnologia LED), bem como a nova paleta de 10 cores exteriores possível de combinar com os quatro ambientes interiores, não esquecendo a oferta amplificada de jantes que vão das 16’’ às 19’’, tratam do vinco de personalidade. Enquanto a lei das portagens nacionais também não for alterada, o Tucson é taxado como Classe 1 apenas com dispositivo de Via Verde.
O habitáculo acaba por revelar as principais mais-valias da atualização do SUV concorrente de Peugeot 3008 e VW Tiguan, com foco na ergonomia e na qualidade do tablier. O visor tátil que controla a maioria das funções de bordo (com exceção da climatização, de botões próprios, em zona mais inferior), com dimensões que vão das 5’’ às 8’’, surge agora flutuante no topo da consola central, mais à mão do condutor, existindo ainda novos revestimentos, com aplicações em pele na zona superior do tablier. Adequando o infoentretenimento à maioria dos requisitos atuais, o Tucson pode surgir com carregador indutivo para smartphone e suporte das plataformas de ligação Apple CarPlay e Android Auto, bem como a disponibilização de serviços Live, caso do preço atualizado dos combustíveis ao longo da rota.
Continuando a navegar ao sabor das tecnologias, são agora muitas as ajudas à condução disponíveis, podendo combinar-se, por exemplo, o controlo ativo da faixa de rodagem com o cruise control adaptativo numa breve experiência de condução quase autónoma. Não falta alerta de cansaço do condutor e aviso de ângulo morto, ou a ajuda da câmara de 360º nas manobras de estacionamento. Os bancos com revestimentos em pele parecem agora mais cómodos, podendo receber aquecimento e sistema de ventilação.
A gama de motores e transmissões foi profundamente atualizada com a entrada em cena do motor 1.6 CRDi, em variantes de 115 e 136 cv, para o lugar da anterior unidade 1.7. A versão menos potente existe apenas com caixa manual e tração dianteira, ao passo que a unidade de 136 cv também pode ser conjugada com tração integral e/ou caixa automática de 7 relações, de tecnologia de dupla embraiagem. Existem ainda duas mecânicas a gasolina de 1,6 litros, atmosférica de 132 cv e sobrealimentada, de 177 cv, seguindo o mesmo esquema de transmissões e tração do Diesel.
No topo da gama, estreante versão Diesel mild hybrid, a render 185 cv e 400 Nm de binário, a utilizar a nova caixa automática com conversor de binário, de 8 relações de fabrico próprio, sistema de tração integral e pequena bateria de iões de lítio de 0,44 kw/h, de 48V, de capacidade regenerativa e que serve apenas de assistência à aceleração, sem capacidade para fazer o Tucson rolar em modo 100% elétrico. A unidade 1.6 CRDi de 136 cv que testámos denota suavidade no trato e baixo ruído de funcionamento, mesmo em aceleração. Com caixa manual, pode existir alguma dificuldade de progressão abaixo das 1800 rpm.