A combinação da tração totalmente elétrica com o formato da moda (Sport Utility Vehicle) é determinante para o êxito da massificação da tecnologia que mais acelera a diminuição de consumos e emissões de escape, com a eliminação dos motores térmicos. Este movimento realizar-se-á de forma gradual e a equação também tem de considerar a origem da energia e o risco de sobrecarga da rede. O Kauai Electric surpreendeu-nos.
Tratando-se de marca com objetivos de crescimento na Europa, a Hyundai acelera para a linha da frente da eletrificação do automóvel, que o Velho Continente lidera, consequência da adoção de políticas de proteção ambiental que atacam quer consumos de combustível, quer emissões poluentes. No catálogo, Ioniq híbrido, híbrido com carregamento externo da bateria e elétrico. O 3.º vende-se desde o início de 2017, por 39.500 €, encontrando-se cerca de 60 exemplares entre os 1640 carros com a tecnologia comercializados em Portugal, em 2017, número que significa crescimento de 117%, na comparação com 2016.
No Ioniq Electric, motor com 80 kW-120 cv e 295 Nm alimentado por bateria com 28 kWh, suficiente para 185 km. Performances: 165 km/h de velocidade máxima, 9,9 s de 0 a 100 km/h. Por isso o importador renunciou à versão básica do Kauai Electric, com motor de 100 kW-136 cv e 395 Nm alimentado por bateria de 39,2 kWh. Este modelo é mais veloz do que o SUV compacto com motor 1.0 T-GDI de 120 cv (20.163 €), com 0 a 100 km/h em 9,7 s (em vez de 12 s). Autonomia: 345 km ou 312 km, dependendo da homologação (respetivamente, NEDC e WLTP).
A opção explica-se facilmente. Existe versão mais atrativa, com 150 kW-204 cv/395 e bateria de 64 kWh, também de polímeros de iões de lítio. Este Kauai, no 0 a 100 km/h, vence o braço de ferro com o topo de gama 1.6 T-GDI de 177 cv (29.326 €), com 7,6 s contra 7,9 s. Na velocidade máxima, vantagem do SUV térmico (205 km/h em vez de 167 km/h), para proteção da autonomia, item vital nos elétricos. A Hyundai anuncia 482 km (WLTP) e 546 km (NEDC). São números excecionais, que garantem posição no topo da categoria. E, assim, assegura-se posicionamento comercial diferenciado q.b. do Ioniq Electric, como ilustra o PVP de 43.500 €, incluindo carregador de 7,5 kW, com montagem gratuita na garagem (neste terminal, 100% de carga em 9h35).
Desenhado sob supervisão do ex-Audi, Bentley e Lamborghini Luc Donckerwolke, n.º 1 do estilo da Hyundai, o Electric é ligeiramente mais comprido (1,5 cm) e alto (2 cm) do que os Kauai equipados com motores de combustão, mas os 2,600 m entre eixos mantêm-se. A bateria encontra-se arrumada sob o piso, não beliscando nem a liberdade de movimentos a bordo, sobretudo nos lugares posteriores, onde desfrutamos de espaço q.b., sobretudo para as pernas, nem o volume da mala, que tem 332 litros, como acontece nos modelos 4x4. Nas versões com tração dianteira, bagageira com 361 litros. Sob a plataforma de carga, carregador normal.
O interior do Eletric é diferente do dos demais Kauai, considerando-se painel de bordo e consola central. Na instrumentação, em vez dos mostradores analógicos, ecrã de 7’’ com as informações apresentadas de forma digital. Adicionalmente, desaparecimento do seletor da caixa, substituído pelos botões P, R, N e D, selecionando-se o 4.º para colocarmos o carro em movimento e o 2.º para ativarmos a marcha atrás. O travão de parqueamento não tem acionamento manual, mas elétrico.
De série, abundância de equipamento tanto de conforto como de segurança, com Head-Up Display, monitorização dos ângulos mortos dos retrovisores exteriores, manutenção na faixa de rodagem e sistema automático de travagem capaz de detetar pões. No info-entretenimento, ecrã de 8’’ tátil e a cores (apresenta as imagens registadas pela câmara de apoio à manobra de marcha atrás, os dados da navegação, as informações exclusivas da propulsão elétrica, do fluxo de energia à autonomia, etc.). O programa é compatível com o Android Auto ou o Apple Car Play e integra superfície na consola para carregamento sem fios de smartphones.
O Kauai Electric, como a maioria dos automóveis elétricos, conduz-se facilmente, após período de adaptação às características específicas de modelo com motor que disponibiliza 100% do binário de forma instantânea, o que origina resposta imediata aos movimentos no pedal do acelerador. As patilhas no volante não selecionam quaisquer relações de caixa, mas a capacidade de recuperação de energia nas desacelerações e travagens. Esta função tem quatro níveis e repõe (alguma) carga na bateria.
Muitíssimo mais interessante é a possibilidade de travarmos e pararmos recorrendo só à patilha esquerda. Socorrendo-nos deste expediente, condução ainda mais divertida… Dinamicamente, os quilogramas a mais do Electric notam-se, mas o posicionamento da bateria baixa o centro de gravidade, beneficiando a agilidade e a precisão. A suspensão atua de forma correta, garantindo, igualmente, conforto de rolamento mais do que razoável.