A acompanhar a nova geração do X1, inédita versão 100% elétrica que merece denominação distinta. Para se imiscuir no feudo de Audi Q4 e-tron e Mercedes-Benz EQA, o BMW iX1 não dispensa ambiente vanguardista para desfrutar-se durante 438 km sem parar.
Com o fim da carreira do i3, caberá ao iX1 – a inédita versão 100% elétrica da nova geração X1 – a tarefa de representar o acesso ao mundo ‘i’ da BMW. Neste início de vida, para deixar boas impressões, e aliar ao currículo de fabricante focado no dinamismo de todos os seus modelos, o iX1 estreia-se com a potente versão xDrive30, animada por dois motores elétricos (tração integral), com expressivos 313 cv e 494 Nm de binário, cifras suficientes para garantir a celeridade esperada a um moderno SUV EV: 5,7 s de 0-100 km/h.
Ao apoiar-se em bateria de 64,7 kWh de capacidade (útil) permite-se o anúncio para 438 km de autonomia. Com carregador de bordo de 130 kW é possível fazer a carga subir de 10% a 80% em 29 minutos – a BMW refere que é o equivalente a recuperar 120 km em 10 minutos. Para corrente alternada, carregador para até 11 kW e opcional de 22.
Abrindo portas, transborda o lado mais vanguardista dos novos X1/iX1, que tão bem se relaciona com a tendência para a simplicidade e o minimalismo ergonómico, estes de braço dado com a também básica condução dos veículos elétricos. A atual solução de uma única faixa digital sobre o tablier, a que a BMW apelida de ‘Curved Display’, permite fazer desaparecer quase tudo o que seja botão físico, centrando todas as operações na última evolução de software (8.0), com gráficos de qualidade e práticos esquemas de navegação entre (as várias) configurações. Por outro lado, os habituais clientes BMW poderão agora achar menos intuitivo o funcionamento do computador de bordo, sendo necessário operar muitos dos botões no volante.
Esta nova era tecnológica traz consigo uma aposta na versatilidade dos comandos vocais (mas esperávamos uma superior fluidez no entendimento das ordens, em português ou inglês) o que levou a BMW a apagar o comando do iDrive – o ideal será mesmo esticar o braço e operar o ecrã tátil de 10,7’’...
Sendo o interior do X1 tirado a papel químico da solução estreada no Série 2 Active Tourer, também aqui existe entre os bancos uma consola central elevada onde estão reunidos os (poucos) botões relacionados com a condução. Além da ignição e patilha para comando da caixa de velocidades, o MyMode permite aceder aos programas de ajustes dinâmicos. Entre as várias configurações, é possível alterar a força da travagem regenerativa, escolher uma das sonoridades digitais para acompanhar as acelerações (e sim, ganha-se alguma emoção!), mudar a iluminação interior e adaptar a condução às condições do trânsito – utilizando radares e sensores, a condução preditiva alerta para que se levante o pé à aproximação de zona de inferior limite de velocidade ou ao aproximar do veículo da frente, o que ajuda a preservar a energia na bateria.
E foi aproveitando (e testando) estas ajudas à condução que arrancámos com o iX1, com o computador de bordo a indicar 415 km de autonomia e bateria a 96%. Ao final de uma hora e 60 km percorridos, por estradas nacionais, cidade e um pouco de autoestrada, registámos precisamente os 17,3 kWh/100 km anunciados (inclui 7,8 kWh de energia regenerada). Pelo meio houve oportunidade para acionar a função ‘Boost’ (na patilha esquerda do volante), que durante 20 segundos otimiza a entrega dos 313 cv. E confirmamos a violência das acelerações, com as rodas dianteiras do iX1 a ensaiar um esgravatar do alcatrão molhado das estradas germânicas, conferindo emoções ao volante – mas sempre com segurança máxima, com intervenções ajuizadas das ajudas eletrónicas à condução.
Opcional na gama térmica do X1, a suspensão adaptativa M surge de série no iX1 xDrive30, bem como jantes de design pensado para a otimização aerodinâmica.
Aproveitando a moda, nada melhor que fazer do novo SUV compacto a porta de entrada para o mundo 100% eletrificado da família ‘i’ da BMW. O novo iX1 concentra forte carácter emocional, não só pelas proporções e volume exterior da carroçaria, mas acima de tudo pela experiência de sofisticação a bordo. Mesmo não sendo um EV de raiz, foi pensado como tal, da utilização à eficácia dos carregamentos.